Chile: Piñera suspende estado de emergência após 10 dias de protestos
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, assinou no domingo, 27, os decretos que suspendem o estado de emergência vigente em várias regiões do país. A medida era exigida pela oposição chilena e vários organismos de direitos humanos, sindicatos e organizações estudantis.
No momento em que Piñera anunciava o fim do estado de emergência, e do toque de recolher, as ruas se enchiam de manifestantes no décimo dia consecutivo de protestos no Chile. Centenas de milhares marcharam no domingo na região de Valparaíso, em marcha rumo ao Congresso. Sob a consigna “A maior marcha da Quinta (região)”, os manifestantes fizeram o percurso com bandeiras chilenas e entoando “Chile despertou!”, enquanto centenas de motociclistas se somavam ao trajeto.
No Parque O’Higgins de Santiago, dezenas de milhares de pessoas se congregaram em uma jornada cultural que lembrou figuras da rica música popular chilena, como o destacado compositor Víctor Jara, brutalmente assassinado durante a ditadura de Pinochet.
“Com o objetivo de contribuir para que o Chile recupere a normalidade institucional, o presidente da república assinou os decretos requeridos para que, a partir das 00.00 desta segunda-feira, 28 de outubro, se levante o estado de emergência em todas as regiões e comunidades nas quais se havia estabelecido”, indicou a Presidência através de um documento oficial.
Agora, após ter pedido a renúncia a todo seu gabinete ministerial, o presidente deve anunciar as mudanças que fará em seu governo. Espera-se que novas medidas complementem o pacote de medidas que anunciou no meio da semana passada, que incluíram um incremento às aposentadorias, a criação de um dispositivo legal que apoie gastos com medicamentos, a redução nas tarifas de energia elétrica e o aumento dos impostos para os ricos, já que os atuais são considerados insuficientes para muitos chilenos.