O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para investigar o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM) ao uso de cloroquina e outros medicamentos ineficazes no tratamento de Covid-19.

A defesa do uso de cloroquina e do “kit covid” como “tratamento precoce” foi usada pelo governo de Jair Bolsonaro para não tomar nenhuma medida efetiva para combater o coronavírus no país.

O charlatanismo de Bolsonaro com a cloroquina e sua recusa em tomar medidas efetivas para conter o vírus são os responsáveis pela morte de 600 mil pessoas por Covid-19 no Brasil. Bolsonaro, além de defender remédios ineficazes contra a Covid-19, como a cloroquina, estimulou a população a se contaminar.

Segundo ele, todos tinham que se contaminar para atingir a “imunidade de rebanho”. Essas provas do seu crime estão registradas em todos os jornais e TVs.

A abertura do inquérito contra o CFM foi registrada no Diário Eletrônico do Ministério Público no dia 5 de outubro.

Segundo o MPF, “os documentos e informações coligidos até o momento confirmam a premente necessidade de acompanhamento do Ministério Público Federal, visando a proteção da saúde pública”.

“Há notícia da ocorrência de possíveis ilícitos, elucidados a partir dos documentos juntados pela representante e colhidos”, continua.

Durante toda a pandemia, enquanto a comunidade científica confrontava o governo Bolsonaro e apontava a falta de evidências sobre a utilidade da cloroquina no tratamento de Covid-19 e todo o mundo abandonava esse tratamento, o CFM optou por não enfrentar o negacionismo.

Em notas e artigos, como um que foi publicado no dia 27 de janeiro de 2021, o Conselho diz que não há consenso na Ciência sobre a eficácia da cloroquina e que a decisão final deve ser do médico.

O que não há, na verdade, são estudos e pesquisas que mostrem efeitos positivos do uso do “kit covid” no tratamento das pessoas infectadas pelo coronavírus. Os estudos feitos são contrários ao uso de cloroquina contra a Covid-19.

O inquérito foi aberto por conta de uma representação apresentada pelo médico cardiologista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Bruno Caramelli, que aponta o apoio criminoso da CFM à política de Jair Bolsonaro de não-combate à pandemia. Caramelli reuniu 60 mil assinaturas favoráveis à abertura do inquérito.

A representação “tem como objetivo requerer que se examine à luz do direito, e eventualmente se coíba e puna, a atuação que se acredita omissa e grave do Conselho Federal de Medicina nas providências que lhe caberiam tomar contra a disseminação da falsa ideia de existência de tratamento precoce eficaz contra a COVID-19, representado pelo uso indiscriminado da Cloroquina, Hidroxicloroquina e Ivermectina”, explicou um texto do MPF obtido pela UOL.

O professor da USP afirmou que “o tempo e conhecimento nos mostraram que o tal tratamento precoce não tem comprovação de eficácia e que pode fazer mal. Mais importante do que isto, pode representar um desvio de foco, um relaxamento nas medidas protetivas eficazes como a desaglomeração e a vacina”.

O CFM “é representante da classe médica perante a sociedade. A manifestação do Conselho Federal de Medicina, ou a omissão dela, é orientação profissional regulatória para a classe médica. E, simultaneamente, é orientação esclarecedora para a população, notadamente em um país como o Brasil, com altíssimos índices de automedicação”.

A CPI da Pandemia tem obtido provas de que o governo Bolsonaro utilizou a propaganda mentirosa da cloroquina para influenciar as pessoas a romperem o distanciamento social, uma vez que estariam protegidas em caso de infecção.