Cesta básica nos supermercados aumenta 22,23% em um ano, diz Abras
A cesta de 35 produtos mais vendidos nos supermercados – Abrasmercado – encerrou o mês de agosto custando R$ 675,73, em média, um aumento de 1,07% em relação a julho de 2021. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o preço dessa cesta aumentou 22,23%. Na Região Norte e Sul, a mesma cesta ultrapassa R$ 740.
Com a alta nos preços, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) registrou uma queda de 2,33% nas vendas em agosto na comparação com julho, segundo o Índice de Consumo nos Lares Brasileiros medido pela entidade.
Em agosto de 2020, para uma família poder comprar uma cesta de produtos como essa organizada pela associação, que reúne o básico de produtos para o consumo do mês, já pagava o valor de R$ 552,84.
Na tabela abaixo, veja as maiores altas registradas no últimos doze meses pela Abrasmercado.
Reprodução Abras
De acordo com o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, a queda no consumo se deve ao aumento do desemprego e à inflação e também à redução do auxílio emergencial.
No acumulado do ano, de janeiro a agosto, os produtos da cesta Abrasmercado que tiveram os maiores aumentos foram o café (25,6%), o açúcar (23,2%) e ovos (19,1%). Também foram verificados os aumentos da carne do dianteiro em 14,1%, o frango congelado 14,6% e a carne de traseiro 7%.
Com os preços dos alimentos pendurados no dólar, sem estoques reguladores e com os especuladores à solta, Guedes e Bolsonaro culpam a inflação internacional, enquanto metade da população brasileira vive em insegurança alimentar e milhões sem comida. Segundo levantamento feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), 20 milhões de brasileiros declararam ter passado fome, ficando mais de 24 horas sem comer, em 2020. No final do ano passado, em plena pandemia, 116,2 milhões de pessoas viviam algum grau de insegurança alimentar.
Além da explosão dos preços da comida, o botijão de gás de cozinha já atinge R$ 135,00 e, a conta de luz dispara. Mas Bolsonaro defende trocar feijão por fuzil e acender uma vela.