CEO da Tesla admite ter agido na Bolívia: “vamos dar golpe”

O CEO da Tesla, Elon Musk, causou uma onda de críticas nas redes sociais neste sábado após admitir a participação da multinacional estadunidense na ação militar que levou ao afastamento do presidente da Bolívia, Evo Morales, em novembro do ano passado.
Um usuário escreveu que a multinacional de carros elétricos estava por trás da renúncia com vistas à extração do precioso mineral para a fabricação de baterias, pois o líder era nacionalista e defendia a soberania energética do país. “O governo dos Estados Unidos organizou um golpe de Estado contra Evo Morales na Bolívia para que pudesse obter o lítio lá”, relatou.
“Vamos dar um golpe em quem quisermos! Lide com isso”, respondeu Musk, um dos homens mais ricos do mundo, reconhecendo o envolvimento no processo em que as forças militares e policiais assassinaram 36 manifestantes em Sacaba (Cochabamba), em 15 de novembro, e Senkata (El Alto), em 19 de novembro. Muitas dezenas de pessoas também ficaram feridas à bala e centenas foram presas. Segundo Musk, “o objetivo do governo [norte-americano} deve ser maximizar a felicidade das pessoas [estadunidenses]”.
Uma equipe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) designada para investigar os crimes comprovou que as tropas da autoproclamada Jeanine Áñez cometeram um “massacre” ao abrir fogo contra a população civil.
“Elon Musk, dono de maior fábrica de autos elétricos, diz sobre o golpe de Estado na Bolívia: ‘Golpearemos a quem quisermos’. Outra prova mais de que o golpe foi pelo lítio boliviano; e dois massacres como saldo. Defenderemos nossos recursos, sempre”, sublinhou Evo Morales, desde o exílio na Argentina.
Em outubro do ano passado, com o objetivo de conquistar a independência tecnológica do país, Evo inaugurou o Centro Tecnológico Boliviano do Lítio, na cidade de Potosí, para a formação de novos profissionais na área, e apresentou o primeiro carro elétrico que funciona com a bateria do estratégico mineral.