Centrais se reuniram nesta segunda-feira, 17, para debater as próximas mobilizações contra a reforma da Previdência.

As Centrais Sindicais se reuniram nesta segunda-feira, 17, para avaliar a Greve realizada na sexta-feira, 14, que mobilizou trabalhadores com paralisações e manifestações em todos os estados e no DF contra a reforma da Previdência de Bolsonaro.
Na avaliação das entidades, a mobilização dos trabalhadores garantiu mudanças significativas no projeto, como a retirada da proposta de capitalização da Previdência, mas que agora a pressão irá aumentar ainda mais, uma vez que se manteve o principal ataque aos trabalhadores: a idade mínima, que impede o acesso às aposentadorias.
“Os recuos no projeto de reforma, em especial, do regime de capitalização, são significativos para avançarmos e derrotarmos o cerne da proposta do Bolsonaro, onde se concentra o crime contra direito à aposentadoria, que é a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres”, afirma Carlos Pereira, dirigente da Central Geral dos Trabalhadores (CGTB). “Acumulamos força para seguirmos em frente e prepararmos um movimento ainda mais contundente. Agora a bola está conosco. Vamos derrotar a reforma do Bolsonaro e dar um grande passo na luta pelos direitos, pela democracia e pela soberania nacional”, disse.
Para a Central Única dos Trabalhadores, foram feitas importantes alterações no projeto, no entanto, o substitutivo “mantém os pontos mais perversos da reforma para a classe trabalhadora. O relator tucano não alterou itens como a obrigatoriedade da idade mínima para homens e mulheres, as mudanças propostas por Bolsonaro e sua equipe econômica, liderada pelo banqueiro Paulo Guedes, para reduzir o valor dos benefícios e os 40 anos de trabalho para ter direito a aposentadoria integral”.
Para o presidente da Central, a retirada de itens como a criação da capitalização e mudanças das regras do BPC e aposentadoria rural “foi uma vitória parcial da luta, mas a classe trabalhadora e a sociedade precisam se manter mobilizadas para enterrar de vez essa proposta nefasta que prejudica os trabalhadores e o país”.
“Na prática, o que se vê nesse novo relatório são ainda valores dos benefícios rebaixados, aumento no tempo de contribuição para 20 anos e 40 para aposentadoria integral, além de outros pontos que são um verdadeiro ataque aos trabalhadores”, diz em nota a CSP Conlutas.
Para a direção da Força Sindical, a paralisação, manifestações e atos organizados pelas Centrais Sindicais “atingiram o objetivo de alertar a sociedade e o Congresso Nacional sobre a nefasta proposta do governo”.
“Combatemos uma reforma que lesa os mais pobres. A propaganda oficial diz que ela combate privilégios. Mas está afetando principalmente quem ganha até três salários mínimos, as viúvas e os que estão prestes a se aposentar e terão que trabalhar o dobro na transição”, aponta o presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Mogi das Cruzes, Miguel Torres.
Em nota conjunta, as Centrais afirmam que agora “nossa prioridade será a definição e construção, em reunião marcada para 24 de junho, das ações para ampliar a mobilização e a pressão contra a retirada dos direitos da Previdência e da Seguridade Social”.
Segundo as entidades, ficou marcada também a entrega das assinaturas do abaixo-assinado contra a reforma a Rodrigo Maia, com data indicativa para 26 de junho.