Representantes de entidades da sociedade, políticos da frente ampla pela democracia e
dezenas de artistas e personalidades se uniram na festa do trabalhador e na luta para livrar o
Brasil do obscurantismo bolsonarista
O 1º de Maio das centrais sindicais reuniu políticos, autoridades, artistas, instituições sociais e
lideranças de diversos setores da sociedade em atividade realizada on-line nesta sexta-feira.
A fala das autoridades teve em comum a denúncia em relação à política desastrosa de
Bolsonaro que diante da pandemia está levando milhares de pessoas à morte e outros milhões
à miséria, ao reter de forma criminosa a ajuda emergencial que pudesse garantir uma renda
básica para manter seu sustento durante a pandemia.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, fez uma saudação especial aos trabalhadores da
área da saúde, assim como os trabalhadores que atuam em serviços essenciais. “O movimento
social através do diálogo com empresários, governadores, prefeitos, parlamentares, está
batalhando para buscar soluções que garantam a segurança, a renda, o trabalho, a renda, os
empregos e os direitos dos trabalhadores. Um exemplo de ação e vitória é a renda

emergencial aprovada no Congresso Nacional que era proposta das centrais sindicais, e chegou
ao valor de R$ 600, superior aos R$ 200 que o governo queria pagar inicialmente”.
“Vivemos um momento terrível de nossa história. A pandemia já ceifou milhares de vidas aqui
no nosso país. Já ultrapassamos a China em número de mortes e Bolsonaro continua com seu
discurso genocida. Bolsonaro continua contra a política de isolamento, continua a atacar os
governadores, os prefeitos, continua a atacar a democracia, o movimento social e também os
direitos dos trabalhadores”, disse Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores
(CUT).
A atividade teve a participação dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma,
dos ex-candidatos a presidente Ciro Gomes e Marina Silva, o governador do Maranhão, Flávio
Dino, e de parlamentares, entre eles o senador Randolfe Rodrigues, líder da oposição ao
governo Bolsonaro no Senado Federal, e o deputado federal Alessandro Molon, líder da
oposição na Câmara dos Deputados.
Também deixaram sua mensagem aos trabalhadores a presidente nacional do PCdoB, Luciana
Santos, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, a ex-deputada federal Manuela D’Ávilla,
a deputada estadual Leci Brandão, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Participaram
ainda o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e a presidente da Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Noemia Porto.
O senador Randolfe, em sua mensagem ressaltou que “enfrentamos uma gravíssima crise”.
Para o senador, a crise em que passamos com o coronavírus foi agravada ainda mais com
Bolsonaro, que se tornou uma ameaça à saúde, à vida e à democracia. “Somos chamados à
história para enfrentar essa pandemia e defender a democracia que está sob ameaça
permanente”. “Mais do que nunca precisamos construir uma frente ampla que reúna todos os
campos para derrotar o principal aliado do vírus que é Bolsonaro”, afirmou.
Adilson Araújo, presidente da CTB, destacou que diante dessa grave crise em que vivemos, o
desemprego no país poderá chegar a 25%. “O movimento social está lutando para garantir os
direitos dos trabalhadores, o emprego e os salários, e principalmente a renda básica
emergencial, além de medidas de proteção a tantos trabalhadores que atuam na linha de
frente do combate ao coronavírus”.
Além disso, prossegue Adilson, “Bolsonaro afronta a Constituição, agride o STF e o Congresso
Nacional. A luta pela democracia ganha centralidade e demanda uma frente ampla com todos
aqueles que defendem o Estado Democrático de Direito”, ressalta.
“A pandemia chega durante o pior governo da nossa história”, afirma Manuela D’Ávilla, que
apontou a urgência de testes e massa, principalmente para os trabalhadores da saúde,
ressaltando que 85% desses funcionários são mulheres.
Ubiraci Dantas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), falou do grave
momento de “recessão, desemprego, fome, e miséria que estamos passando por conta do
coronavírus e piorada sob o governo Bolsonaro”. “Enquanto as pessoas passam fome,
Bolsonaro sabota o auxílio emergencial, deixando milhões sem receber nada”.
“Além disso, quer estrangular os municípios, segura os recursos. A mesma coisa faz em relação
às micro e pequenas empresas. Prefere colocar terra arrasada no Brasil. Nós estamos diante de
um governo irresponsável, genocida, assassino”, afirmou.
Flávio Dino, governador do Maranhão, afirmou que que a agenda prioritária no país deve
seguir três eixos centrais: “O combate ao coronavírus, com a preservação da saúde dos

brasileiros, especialmente dos mais pobres”. O segundo eixo envolve a necessidade de
ampliação dos serviços públicos. “Apesar dos inúmeros problemas, seria muito mais grave hoje
se no passado tivesse prevalecido a tese da privatização do Sistema Único de Saúde”.
“E o terceiro eixo é a necessidade de retomada da economia, para que possamos retomar o
crescimento, com financiamento e investimento público”, ressaltou.
Para Gleisi Hoffmann, “nunca ficou tão evidente a importância do trabalho humano. Não é o
capitalismo que produz riqueza, ou o mercado que faz a economia, é o trabalho humano. Isso
ficou mais claro agora. Sem o trabalho humano a economia está caindo”.
“O conjunto de conquistas históricas dos trabalhadores tem sido desmontado, aproveitando o
desespero em que se contra mais da metade da nossa população”, declarou Ciro Gomes.
“É importante lembrar que o Brasil contava com quase 13 milhões de desempregados ainda
antes da crise do coronavírus, e mais de 38 milhões de pessoas estavam obrigadas a viver a
dura realidade da informalidade sem nenhuma proteção. É pensando nessas pessoas, que
penso que precisamos aproveitar essa dura ocasião para estarmos à altura daqueles heróis
que no passado construíram o avanço dos trabalhadores”.
O ex-presidente Lula lembrou que “um vírus conseguiu fechar as fronteiras dos países e deixar
em casa mais de 3 bilhões de seres humanos, e a cada dia recebendo notícias piores”.
“A humanidade desperta todos os dias esperando que o número de mortes hoje seja menor
que o de ontem. Estamos vivendo os mais tenebrosos dias da nossa história. Eu espero que o
mundo que virá depois do coronavírus seja uma comunidade universal e que o homem e a
mulher, em harmonia com a natureza, sejam o centro de tudo, e que a economia e a
tecnologia esteja a serviço deles, e não contrário”, afirmou.
“Para isso, logo que passar precisaremos refletir sobre o que aconteceu com o Brasil para
chegar onde chegamos, e em paralelo construir as bases de um novo projeto nacional de
desenvolvimento que coloque no centro as preocupações do Brasil: o trabalho, o trabalhador e
a trabalhadora e suas famílias e não a especulação e a destruição do nosso país”, completou
Ciro.
Para Marina Silva, “a crise social vem sendo duramente agravada pela pandemia”. “É
fundamental que estejamos unidos em torno da proteção dos direitos em defesa da
democracia. Assim como exigir o atendimento seguro no sistema público de saúde e também o
isolamento social conforme orientado pela OMS”.