Com faixas “Tá tudo muito caro! O povo não aguenta mais” e “Menos juros e mais empregos”, as centrais sindicais, entidades femininas e diversos movimentos sociais realizaram, nesta terça-feira (14), um ato em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista.

O ato faz parte da mobilização nacional contra a carestia, a miséria, o desemprego e os juros altos, convocada pelas entidades, e é realizado no momento em que ocorre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve aumentar ainda mais a taxa de juros que já é a maior em uma lista de 40 países.

Luiz Gonçalves, o Luizinho da Nova Central, ressaltou que as centrais “estão unificadas nessa luta contra a carestia, contra a fome, contra esse desgoverno que está acabando com a classe trabalhadora. Famílias inteiras morando debaixo dos viadutos. E até quem está trabalhando não consegue dar conta do seu custo de sobrevivência”.

Durante o ato, as centrais também manifestaram apoio à greve dos motoristas de ônibus de São Paulo, iniciada nesta manhã. “Temos acompanhado a luta dos condutores de São Paulo e sabemos o quanto importa para nós essa luta porque ela é justa, é em defesa dos direitos dos trabalhadores”, afirmou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Juros elevado significa desemprego

“Os motoristas trabalham feito loucos e não conseguem nem repor a inflação”, afirmou também Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT). “E hoje estamos aqui para dizer, também, que, consequência da situação em que estamos, são esses juros. Juro elevado significa desemprego, fome, miséria. É fundamental a mudança de governo no país”, ressaltou. As entidades também homenagearam o vice-presidente da CTB, Ubiraci Dantas, o Bira, pelo movimento contra os juros protagonizado pelo dirigente nos últimos anos.

João Carlos Juruna, da Força Sindical, ressaltou que “estamos aqui para dizer que o juro alto tem como objetivo diminuir o consumo das pessoas. Diminuir o consumo gera desemprego. Estamos numa situação em que a inflação cresce e o desemprego cresce também. Somos contra essa política econômica desse governo sem vergonha, que nos envergonha. Por isso as centrais se uniram nesse ato no dia de hoje”.

“Esso ato é contra Bolsonaro, Guedes e seu governo de morte e de destruição. E estamos aqui para manifestar nossa indignação também ao tratamento que está sendo dado aos companheiros Bruno Pereira e Dom Phillips, vítimas de grileiros que tomaram conta da Amazônia. Exigimos esclarecimentos”, cobrou Sérgio Nobre, presidente da CUT.

Metade das mulheres não sabem se alimentação seus filhos

Lídia Correa, ex-vereadora de São Paulo e liderança do movimento contra a carestia, afirmou que, “além do desemprego, do trabalho precário, do trabalho escravo, hoje nós estamos enfrentando essa carestia, o aumento do custo de vida, o aumento dos produtos. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Estamos exportando produtos para fazer estoque regulador lá fora enquanto aqui o povo não tem o que comer. O diesel e a gasolina estão lá em cima impactando no preço de tudo. Metade das mulheres não sabem o que darão aos seus filhos no dia de amanhã. Vamos nos unir para exigir o congelamento dos preços dos produtos essenciais. É possível isso. Se a gente se unir, o preço vai cair”, conclamou Lídia.