Os presidentes das centrais sindicais CUT, CGTB e Força Sindical apresentaram ao presidente
da Câmara Rodrigo Maia, nesta terça-feira (17), um documento propondo medidas de garantia
aos trabalhadores que terão de se afastar do emprego durante o período de combate ao
coronavírus.
De acordo com as centrais, trabalhadores que tiverem de ser submetidos ao isolamento ou
quarentena não podem ficar sem assistência durante o afastamento.
Dentre os itens debatidos no encontro, as centrais propõem que os trabalhadores tenham
estabilidade garantida por três meses e, em caso de desemprego e informalidade, recebam um
benefício durante a crise.
As centrais também propõem um subsídio para que as empresas nacionais possam arcar com
esse custo.
De acordo com Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), as propostas serão debatidas em um grupo
técnico que está sendo gerido entre a presidência da Câmara dos Deputados, as centrais e os
empresários, para pensar numa saída que atenda essas necessidades.
“As empresas também vão ter que ajudar nesse esforço coletivo de preservar a vida do povo
brasileiro sem jogar nas costas do trabalhador o ônus da crise”, afirmou Bira.
Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, “a gente não espera que a economia chegue a parar
no patamar de paralisa total. Será trágico, mas temos que nos preparar, porque se não
cuidarmos, vai chegar”, disse.
Os dirigentes entregaram também carta assinada por todas as centrais, elaborada após
reunião na segunda-feira (16), em que as entidades apontam reivindicações necessárias para
os trabalhadores. Entre elas, a ampliação do seguro-desemprego pelo período necessário em
que durar a crise do coronavírus e pagamento de auxílio creche.
Medidas para garantir o sustendo de milhões de trabalhadores e suas famílias também são
debatidas em outros países que enfrentam a pandemia do coronavírus.
Nos Estados Unidos, o governo informou que pretende enviar US$ 1000 (R$ 5000) aos
estadunidenses para suprir as emergências causadas pela epidemia. Em Portugal, a Associação

da Hotelaria, Restauração e Similares negocia com o governo o apoio de 1.000 euros mensais
por trabalhador, em caráter de urgência.