Os presidentes das Centrais Sindicais defenderam, neste sábado (5/3), a cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP). “É triste que os brasileiros que já sofrem com a pandemia, com o desemprego e com a pobreza ainda tenham que ouvir, nas vésperas do Dia Internacional da Mulher, áudios insultuosos como os do “Mamãe Falei”. Que o fato receba a devida reparação e o deputado seja cassado”, afirmaram em nota conjunta.

Assinam o documento Sergio Nobre, presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores; Miguel Torres, presidente da Força Sindical; Ricardo Patah, presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores; Adilson Araújo, presidente da CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Antonio Neto, presidente da CSB – Central de Sindicatos do Brasil; Oswaldo Augusto de Barros, presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores; Edson Carneiro Índio, SG da Intersindical Central da Classe Trabalhadora; Atnágoras Lopes, secretário nacional da CSP CONLUTAS; José Gozze, presidente da Pública, Central do Servidor; e Emanuel Melato, coordenação da Intersindical Instrumento de Luta.

No texto, as lideranças sindicais informam ainda que solicitaram que o Ministério Público abra investigação sobre a conduta racista, misógina e xenófoba do deputado. “Nos áudios hediondos que ele transmitiu para seu grupo de amigos no WhatsApp e que se tornaram públicos na noite desta sexta-feira ele ofendeu não só as mulheres, mas os pobres, os povos refugiados, foi racista ao exaltar um estereótipo, ou seja, expressou tudo aquilo contra o que lutamos: a desumanização, a dominação machista, a covardia, a injustiça. Mostrou, com isso, todo seu despreparo para ser um represente do povo e por isso não deve permanecer como deputado e deve ser cassado”, consideram.

Conheça a íntegra da nota das centrais sindicais:

“Ouvimos com indignação e asco os áudios do deputado estadual em SP pelo Podemos sobre as mulheres ucranianas. O deputado, a pretexto de ajudar um dos lados no conflito entre Rússia e Ucrânia, revelou, através de áudios vazados pela imprensa, que o verdadeiro objetivo de sua viagem para o leste europeu nada tem a ver com política ou ação humanitária. Ao contrário, seus anseios mostram uma personalidade hedonista, irresponsável, ignorante, racista e profundamente misógina.

Nos perguntamos o que de fato Arthur do Val, o “Mamãe Falei”, foi fazer na Ucrânia? E o que ele, com essa visão sobre as pessoas, faz na Assembleia Legislativa de São Paulo? Ele, que em 2019, chamou sindicalistas que estavam na galeria da Alesp de “bando de vagabundo”! Com que moral o “Mamãe Falei” fala dos trabalhadores e suas entidades?

Nos áudios hediondos que ele transmitiu para seu grupo de amigos no WhatsApp e que se tornaram públicos na noite desta sexta-feira ele ofendeu não só as mulheres, mas os pobres, os povos refugiados, foi racista ao exaltar um estereótipo, ou seja, expressou tudo aquilo contra o que lutamos: a desumanização, a dominação machista, a covardia, a injustiça. Mostrou, com isso, todo seu despreparo para ser um represente do povo e por isso não deve permanecer como deputado e deve ser cassado.

Solicitamos que Ministério Público abra investigação sobre a conduta racista, misógina e xenófoba do deputado.

No mês de março, quando comemoramos a luta pelos direitos das mulheres à igualdade, equidade, respeito, dignidade e justiça, um deputado brasileiro nos envergonha internacionalmente.

É triste que os brasileiros que já sofrem com a pandemia, com o desemprego e com a pobreza ainda tenham que ouvir, nas vésperas do Dia Internacional da Mulher, áudios insultuosos como os do “Mamãe Falei”. Que o fato receba a devida reparação e o deputado seja cassado.

São Paulo, 5 de março de 2021″