As centrais sindicais divulgaram nota, na manhã desta quarta-feira (18), em solidariedade aos trabalhadores da Caoa Chery, em Jacareí (SP), e em repúdio à demissão de cerca de 485 trabalhadores da unidade.

Para as centrais, “mesmo com o desemprego batendo nos 11,1%, a Caoa Chery de Jacareí/SP se mostra totalmente descomprometida com acordos já firmados com os trabalhadores e com a questão social do país e insiste com seu plano de fechar as portas”.

Autointitulada como a montadora que mais cresce no Brasil, a Caoa anunciou a suspensão das atividades da planta de Jacareí, pelo menos até 2025. Os trabalhadores chegaram a propor à direção da empresa o layoff (suspensão de contrato) de cinco meses, a partir de 1º de junho, com mais três meses de estabilidade para todos os trabalhadores, garantindo os empregos até janeiro.

A empresa aceitou, mas logo voltou atrás no acordo, o que intensificou a mobilização dos trabalhadores. Além de buscar apoio junto ao poder público para evitar o fechamento da fábrica, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região acionou o MPT (Ministério Público do Trabalho), nesta terça-feira (17).

A audiência virtual de mediação está marcada para sexta-feira (20) e irá analisar a ação do Sindicato que pede que a Chery honre a assinatura registrada em ata de reunião, estabelecendo o lay-off e mais uma estabilidade de 3 meses.

“Vivemos uma grave crise econômica e política que tem varrido empregos e grandes indústrias do Brasil. Mas a Caoa recebeu todo tipo de benefícios fiscais para manter suas atividades. Seu fechamento gerará um impacto devastador para a região”, diz a nota das centrais.

“A proposta de layoff feita pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, visando garantir os empregos, havia sido aceita, mas, com o argumento de ‘aumentar sua competitividade’, a empresa recuou reafirmando o fechamento e as demissões de 485 trabalhadores na unidade. Ou seja, os cálculos gananciosos e desumanos falam mais alto”, continua o documento.

“Manifestamos apoio e solidariedade aos trabalhadores, exigimos o cumprimento do acordo e o atendimento das reivindicações e chamamos a todas as organizações sindicais e populares a manifestar sua solidariedade a esta luta que é de todos nós”, conclui a nota das centrais.