Washington: pequenas bandeiras dos EUA simbolizam mortos na pandemia

O número de casos de coronavírus nos Estados Unidos desde o início da pandemia já alcançou 19 milhões no domingo(27), conforme os dados divulgados pela Universidade Johns Hopkins. O número de pessoas infectadas dobrou em dois meses incompletos.

Até a manhã do sábado (26), o negacionismo do governo Trump já havia contribuído para levar à morte 331.116 estadunidenses por Covid-19, como também apontou a Universidade Johns Hopkins. Dez meses após ter registrado sua primeira vítima, o país de 330.753.142 habitantes estampa uma vítima fatal para cada mil moradores.

Numa curva ascendente, que estampa a gravidade da situação, dezembro já é o mês mais mortífero desde o começo da pandemia, superando os 63.000 norte-americanos mortos pelo coronavírus em apenas 26 dias. A título de comparação, em todo o mês de novembro foram 36.964 mortes.

Enquanto isso o presidente eleito, Joe Biden, correu para tomar a vacina e elogiou “os cientistas e as pessoas que criaram isso, os trabalhadores da linha de frente, as pessoas que realmente fizeram o trabalho clínico”. “É simplesmente incrível”, sublinhou.

Especialista em doenças infecciosas do Baylor College of Medicine, Peter Hotez afirmou que “as projeções são um pesadelo”, frisando que “as pessoas ainda podem salvar a vida de seus entes queridos praticando distanciamento social e usando máscaras”.

Após ter registrado 351 mortes e alcançado quase 40 mil casos na quinta-feira, o Departamento de Saúde Pública da Califórnia anunciou que a capacidade de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) tanto nas regiões do Vale de San Joaquin quanto no sul está em 0% (zero por cento). Assim, é provável que locautes sejam estendidos para a maior parte do estado, o primeiro a ultrapassar os dois milhões de casos. “Um marco importante”, lamentou o secretário de Saúde e Serviços Humanos da Califórnia, Dr. Mark Ghaly.

“Os hospitais estão lotados, os leitos de UTI são poucos, e as pessoas estão morrendo. A coisa mais simples que podemos fazer, mas também a mais significativa, é ficar em casa. Somos a primeira linha de defesa contra este vírus e devemos agir agora”, conclamou Ghaly.

Em entrevista à CNN, a médica Leana Wen alertou que “os indivíduos que estão viajando provavelmente não vão acampar no deserto, mas vão ver seus entes queridos e jantar sem usar máscaras, em ambientes fechados por longos períodos de tempo”. “Há muitas pessoas que podem estar com Covid-19 e não saber disso e, em seguida, espalhar para seus parentes que, então, voltarão para suas comunidades de origem e infectarão outras pessoas sem saber”, destacou. “O que me preocupa é que esses mesmos indivíduos estarão nos hospitais, nas UTIs dentro de duas a três semanas. Eu realmente me preocupo com esse aumento que veremos e com que rapidez vamos superar o número de 400 mil mortes”, frisou a médica.

 

 

(PL)