A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg

A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg voltou a se manifestar contra o governo de Jair Bolsonaro após o país ter atingido 600 mil mortes em decorrência da Covid-19 e do descaso do governo federal com a pandemia.

Competindo pelo Open de duplas do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, no Rio de Janeiro, ela prestou solidariedade aos familiares das vítimas da Covid-19 e criticou o veto à distribuição gratuita de absorventes para pessoas em situação de vulnerabilidade.

“A gente não pode esquecer… A gente completou ontem 600 mil mortes por Covid. Acho que os torneios não podem passar sem a gente estar falando sobre isso. A gente tem um presidente que está defendendo o tratamento precoce nessa altura do campeonato. Isso é muito sério. Me dói muito ver o Brasil sendo representado por isso. A gente viu o presidente vetando nessa semana a distribuição gratuita de absorvente para meninas total em situação de vulnerabilidade. Eu fico muito triste, O Brasil para mim é um país maravilhoso. Eu tenho maior orgulho de tanta coisa que o Brasil representa. Mas me dói muito ver esse momento sabe? Eu sou atleta, adoro estar aqui jogando, mas eu não entro em quadra e fico alheia a tudo que está acontecendo. Então me dói muito. Eu estou aqui como cidadã, como atleta. Esse é um momento muito duro. Obrigado pela torcida e toda minha solidariedade às famílias que perderam seus amores, seu parceiros para essa coisa horrível da Covid”, disse Carol em entrevista exibida pelo canal Sportv, após vencer na semifinal do torneio.

No ano passado, Carol foi vítima de perseguição por membros da Confederação Brasileira de Vôlei e chegou a ser denunciada ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por se manifestar contra a política de morte do governo federal e gritar “Fora, Bolsonaro” durante entrevista após uma partida. Em suas redes sociais, as críticas ao atual governo são ainda mais frequentes.

O fato de Carol ter sido denunciada teve desdobramentos. Na ocasião, entidades e personalidades se manifestaram em defesa da jogadora e o Ministério Público chegou a pedir explicações da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e do STJD por causa do tema.