Graças à alta no preço de alimentos e bebidas que compõem a cesta básica, a inflação registrada no Brasil em setembro foi a maior para o mês desde 2012. Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) cresceu 0,45% no período. Já a prévia da inflação nos últimos 12 meses é de 2,65%, sendo 1,35% apenas em 2020. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (23/9).

Com uma alta de 1,48% em seus preços, alimentos e bebidas responderam por 0,30 ponto percentual (p.p.) da inflação de 0,45% em setembro. A carestia se soma, assim, à grave crise econômica no Brasil, marcada por erros e retrocessos do governo Bolsonaro, pela recessão, pelo desemprego, pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, entre outros fatores.

A carne foi o produto alimentício que mais impactou a inflação de setembro. Seus preços subiram 3,42%, causando uma elevação de 0,09 ponto percentual entre os alimentos. Em termos percentuais, as maiores altas foram as do tomate (22,53%), do óleo de soja (20,33%), do arroz (9,96%) e do leite longa vida (5,59%).

O IBGE também divulgou números alarmantes sobre a inflação acumulada de alguns desses produtos em 2020. O preço do leite, por exemplo, cresceu 27,33% no ano, enquanto o arroz saltou 28,05%. Em regiões como Goiânia (1,10%), os preços do arroz foram de 32,75%. A maior alta, porém, foi do óleo de soja, que disparou 34,94%.

Não bastasse a carestia, os brasileiros também têm sofrido com a inflação nos transportes. A gasolina acumula três meses seguidos de alta, com aumento 3,19% em setembro. O preço do óleo diesel cresceu 2,93%, e o do etanol, 1,98%.