Capitólio: Lideranças do PCdoB rechaçam golpismo da extrema-direita
O golpismo da extrema-direita ficou patente nesta quarta-feira (6), com a invasão do Capitólio, sede do Congresso dos EUA, por apoiadores incitados pelo presidente Donald Trump, que resultou em quatro mortes. O episódio acendeu a luz vermelha sobre os riscos embutidos na retórica e nas ações de políticos e militantes desse campo ideológico, que encontra ecos em outros países, especialmente no Brasil de Bolsonaro.
Fato histórico no país que se julga exemplo para a democracia mundial, a invasão repercutiu nas redes sociais das lideranças do PCdoB, que expuseram sua preocupação com episódios dessa natureza.
“Invasão ao Congresso e caos social nos EUA. Um país que é o centro do capitalismo e que se autoproclama a maior democracia do mundo vive uma tentativa de golpe. É um escândalo. E é também um alerta da necessidade de impedir a disseminação do germe do fascismo, da intolerância e do ódio”, destacou a presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, em suas redes sociais.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, questionou: “E se (ou quando) a invasão golpista, similar à dos Estados Unidos, ocorrer no Congresso Nacional, de que lado ficarão as Forças Armadas? A história brasileira justifica a pergunta. Espero que defendam a Constituição, e não fiquem do lado dos arruaceiros e milicianos”.
Reação parlamentar
Os parlamentares do PCdoB também se manifestaram sobre a invasão. “Trump e seu aluno Bolsonaro são, de fato, uma grave ameaça à democracia. Nos preparemos! O Brasil precisa de uma grande frente ampla pra fazer frente a esse comportamento fascista que destrói democracias”, defendeu a líder do PCdoB na Câmara, Perpétua Almeida (AC).
Ela avaliou ainda que Trump “‘atravessou o Rubicão’ ao incentivar seguidores terroristas a atentarem contra o Capitólio. Ficará sozinho na sua loucura fascista e poderá até ser preso, se continuar atentando contra a democracia de seu país. Se liga, Bolsonaro, melhor ‘jair se acostumando’ com a derrota”.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), declarou: “Após a tentativa de golpe orquestrada por Trump, que resultou em quatro mortes, Congresso americano confirmou Biden na presidência. Trump sintetiza a falta de escrúpulos da extrema-direita. Derrotado, não pestanejou em incitar a sedição. Deve ser preso”.
“A bajulada como ‘maior democracia do mundo’ sofre hoje sua maior ameaça. Espero que o exemplo sirva para o Brasil. Bolsonaro é um criminoso, está tomando lições com seu mentor. Não deveria nem concluir o mandato. Mas, caso o faça, devemos estar preparados para tudo em 2022”, acrescentou.
Comentando uma foto em que um dos apoiadores de Trump carrega a bandeira da Confederação, que simboliza a supremacia branca e o racismo, Orlando apontou: “Esse é um apoiador de Trump, com a bandeira do sul escravista. Derrotar os racistas e os reacionários é dever de todos, no mundo inteiro”.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também reagiu à imagem: “Não há o que dizer sobre essa foto. Ela é autoexplicativa. Espero que esse ataque tenha sido o último suspiro do movimento supremacista branco. Que seja enterrada de vez essa lógica que segrega, humilha, inferioriza, agride e mata”.
A parlamentar também destacou: “Do lado de fora do Capitólio invadido, apoiadores de Donald Trump perseguiram jornalistas e, com chutes e água, danificaram equipamentos usados por veículos de mídia. Ataque às instituições e ao voto. Ataque à imprensa. Soa familiar?”.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), também repudiou o episódio: “Lamentável a invasão do Congresso norte-americano pelos apoiadores de Trump. Uma violência a Constituição, a democracia e a soberania de um povo. O fanatismo político cego e amoral. Rechaçamos veementemente!”.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), declarou: “Trump é um arrogante, pisa na democracia e na Constituição de seu país. Mas Trump é um derrotado e sabe que perdeu. Aí incita a invasão do Capitólio, manda recado de como seus asseclas devam agir diante das presumíveis derrotas da extrema-direita”.
Mais tarde, resumiu: “Congresso Americano confirma Biden como Presidente eleito. A irresponsabilidade de Trump, ao incitar a marcha sobre o Congresso, acabou por tirar a vida de quatro pessoa. Caiu o primeiro e o mais forte dos ‘ridículos tiranos’”.
Por Priscila Lobregatte