Luis Arce e David Choquehuanca, candidatos do MAS a presidente e vice da Bolívia

Uma pesquisa realizada pela Fundação Jubileo, divulgada na última quarta-feira, aponta a uma possível vitória do candidato do Movimento Ao Socialismo (MAS) à presidência da Bolívia, Luis Arce Catacora, já no primeiro turno das eleições de 18 de outubro com 40,3% dos votos.

Mesmo sem levar em conta que o país vive numa ditadura – com as pessoas obviamente receosas de abrirem o voto quando opositor – e a expressiva margem de vantagem na área rural, a pesquisa dirigida por universidades e órgãos de imprensa reconhece como vencedora a dupla Arce e Choquehuanca – ex-ministros da Economia e de Relações Exteriores de Evo Morales. No país andino não é necessário fazer a metade dos votos para ser eleito no primeiro turno, basta contar com mais de 40% dos votos e uma margem de mais de 10% do segundo colocado.

De acordo com a pesquisa, Carlos Mesa e Luis Fernando Camacho teriam respectivamente 26,2% e 14,4%, contra 10,6% da autoproclamada presidenta Jeanine Áñez, responsabilizada pelos massacres de Sacaba e Senkata. Mais atrás viriam Chi Hyung Chung, 4,4%; Jorge Quiroga, 2,8%; María de la Cruz Bayá, 0,8%, e Feliciano Mamani, 0,6%.

Nós vemos os resultados das pesquisas sempre com cautela, sabemos que a proposta do MAS, o único partido que propõe e tem alternativas, é amplamente acolhida”, declarou Arce, frisando que “estamos atravessando uma profunda crise econômica, que também requer soluções profundas”.

O corpo a corpo no interior tem representado uma injeção de confiança e entusiasmo não só na militância, como nos candidatos, assinalou. “Estamos muito confiantes porque quando visitamos com David Choquehuanca os diferentes pontos do país encontramos uma ampla aceitação. O povo boliviano é inteligente e sabe o que quer”, acrescentou.

Em relação ao amplo apoio, que vai além do “voto fechado” pelo MAS, Arce disse que é cada vez maior o número de microempresários, empresários, “muita gente da classe média e inclusive da alta que sabe que para não perder o que têm precisa de um governo que invista no desenvolvimento, na produção e garanta segurança econômica”.

Conduzida entre os dias 3 e 7 de setembro, a pesquisa entrevistou 16 mil moradores em 339 municípios dos nove departamentos (Estados) do país.

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