Canadá exige que caminhoneiros vindos dos EUA comprovem vacinação
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, manteve as medidas preventivas no combate à pandemia de Covid-19, enfrentando os negacionistas antivacina canadenses que conseguiram atrair um grupo de caminhoneiros que usaram seus veículos para bloquear acesso rodoviários à capital Ottawa e passagens na fronteira com os Estados Unidos, incluindo a ponte que conecta com a cidade de Detroit, com a canadense Windsor, no Ontário, importante para a economia do país.
“Esses bloqueios e manifestações ilegais são inaceitáveis e estão afetando a população, escolas, empresas e fábricas”, declarou o primeiro-ministro, que exigiu sua imediata suspensão.
Em 15 de janeiro, Trudeau definiu que todos os caminhoneiros canadenses não imunizados vindos dos EUA ficassem em quarentena assim que retornassem ao Canadá. A medida de combate à pandemia não foi aceita e os caminhoneiros interrompem o tráfego desde 28 de janeiro afirmando perder viagens com a parada obrigatória.
“Estamos todos cansados, todos frustrados” após dois anos de restrições à pandemia, disse Trudeau a repórteres na capital, ressaltando que as vacinas são imprescindíveis.
“A realidade é que as ordens de vacinação e o fato de 90% dos canadenses terem se vacinado garantiram que essa pandemia não fosse tão forte aqui quanto em outras partes do mundo”, disse Trudeau. 50% dos adultos também receberam uma dose de reforço.
Já os Estados Unidos seguem isolados na frente do ranking mundial de infecções, com só 65% da população totalmente vacinada e mais de 77 milhões de casos e 912.257 mortes, segundo informações da Universidade Johns Hopkins.
O bloqueio entrou em seu 13º dia ontem na ponte Ambassador entre Detroit e Windsor. A entrada de veículos para o Canadá foi controlada, enquanto o tráfego em direção aos Estados Unidos continuou a circular. A ponte transporta 25% de todo o comércio entre os dois países.
A ação dos caminhoneiros se sustenta porque os organizadores, incluindo um líder supremacista branco, arrecadaram milhões para o protesto, batizado impropriamente de “Comboio da Liberdade”. O movimento atraiu o apoio do ex-presidente dos EUA Donald Trump e do bilionário da Tesla, Elon Musk.
A polícia de Ottawa alertou os manifestantes que podem ser acusados criminalmente se não liberarem as ruas.
A maioria das restrições em todo o país foram endossadas pelos governos provinciais, incluindo a exigência de apresentar “passaportes” com os dados da vacinação para entrar em restaurantes, academias e cinemas.
Como resultado das medidas e da ampla vacinação no Canadá evitando que no país se repetisse a devastação ocorrida nos Estados Unidos. EUA contabiliza 77.267.876 de infectados e 912.257 mortos, enquanto que o Canadá tem 3.159.212 infectados e 35.114 mortos.