Campanha de imunização na Itália já vacinou 1,2 milhão contra Covid-19
O governo italiano comemorou ter ultrapassado neste final de semana a marca de 1,2 milhão de pessoas vacinadas contra a Covid-19, mas reclamou de atrasos da Pfizer, que poderão comprometer o combate à epidemia.
O primeiro-ministro Giuseppe Conte fez “um agradecimento aos cidadãos e ao nosso Sistema de Saúde Nacional pela resposta extraordinária” que vem dando à campanha.
A Itália lidera a vacinação na União Europeia (UE) em números absolutos e ocupa o segundo lugar em índices proporcionais, com 1,61% da população imunizada, atrás apenas da Dinamarca (2,23%), conforme o site Our World in Data. Para Conte, “este é um dado encorajador”, mas conclamou a população a se manter mobilizada, para “seguir adiante e mantendo sempre a atenção”.
O boletim divulgado pelo Ministério da Saúde neste domingo apontou que a Itália registrou neste domingo (17) mais 12.415 casos e 377 mortes pelo novo coronavírus, aumentando os totais de contágios e óbitos para 2.381.277 e 82.177, respectivamente. O país de 60,36 milhões de habitantes proibiu voos do Brasil devido à nova variante do coronavírus
Apesar da intensa dor e das vidas ceifadas pela pandemia, a multinacional estadunidense Pfizer não vem dando a atenção que a mobilização requer, condenou o comissário para a Emergência do Covid-19, Domenico Arcuri. Conforme denunciou Arcuri, a Pfizer comunicou unilateralmente na última sexta-feira que, “a partir desta segunda-feira entregará ao nosso país cerca de 29% de ampolas de vacina a menos do que o planejamento que havia sido compartilhado com o gabinete do Comissariado e, seu trâmite, com as regiões italianas”. “Não só: ela decidiu unilateralmente quais os centros de vacinação do nosso país que terão as doses diminuídas e em que quantias. Análoga foi a comunicação para todos os países da UE”, protestou Arcuri em nota oficial.
Em termos práticos chegarão à Itália 29% menos das 27 milhões de vacinas acordadas até junho, ou seja, 397.800 doses semanais em vez de 562.770. Há regiões que serão extremamente afetadas, como Vêneto, que receberá 22.230 doses contra as 46.800 anunciadas (53% a menos) e a Sardenha que terá 51% a menos.
Na resposta enviada à Pfizer, Arcuri manifestou a sua “decepção” com o comportamento da transnacional, alertou para “as possíveis consequências de uma redução dos fornecimentos” e defendeu “a imediata retomada das quantidades a serem distribuídas em nosso país”. “O comissário também pediu a Pfizer para rever os próprios compromissos e que deseja não ser obrigado a precisar proteger de outra maneira a saúde dos cidadãos italianos”, ressaltou a nota oficial.
Entre os inúmeros problemas levantados pelo Comissariado estão alterações importantes no programa nacional de imunização, incluindo “a aplicação da vacina aos que têm mais de 80 anos, de prover a segunda dose para os trabalhadores sanitários e para os assistidos pelas RSAs [asilos]”.
“Sem a totalidade das doses necessárias surge, portanto, um grave comprometimento do seu prosseguimento. E penalizar a Itália é muito grave, considerando o esforço feito até agora por todas as regiões para acelerar a aplicação das doses”, conclui o documento.