Em meio ao descontentamento dos caminhoneiros com o governo Bolsonaro e a ameaça de greve para o dia 25 de julho contra a alta dos combustíveis, a Petrobrás resolveu atender ao pedido de reunião feito por lideranças da categoria e abriu uma agenda de encontros.

Antes de definirem a paralisação para o dia 25, os caminhoneiros também enviaram carta ao presidente Jair Bolsonaro pedindo um encontro, mas não obtiveram resposta.

O presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Nestor Dias, teve uma primeira reunião com a estatal na terça-feira (29), e, segundo ele, o presidente da Petrobrás, general Joaquim Silva e Luna, ouviu mais do que falou, mas se comprometeu a realizar outras reuniões para discutir a pauta da categoria.

“Passamos para ele (Luna) a nossa pauta e falei sobre a realidade das estradas, as dificuldades que a categoria está passando. Fomos bem recebidos e se abriu um diálogo, criamos uma agenda de trabalho e vamos ter outra reunião”, afirmou o sindicalista.

Plínio Dias, que confirma a convocação da paralisação para o próximo dia 25, informou ainda que o presidente da empresa não apresentou nenhuma proposta à pauta de reivindicações da categoria, mas que espera que isso aconteça em um próximo encontro.

A mudança na política de preços da Petrobrás para o combustível é a principal reivindicação dos caminhoneiros, que questionam “os aumentos abusivos”, baseados “em moeda estrangeira e critérios não econômicos e em desacordo com a realidade econômica nacional”.

De acordo com a entidade, em uma nota convocatória para a greve do dia 25 de julho, não só os caminhoneiros, “mas toda a população brasileira vem acompanhando a escalada nos preços dos combustíveis (gasolina, diesel e gás de cozinha) desde o início de 2021, promovida pela estatal de petróleo Petrobrás, sem qualquer justificativa plausível apresentada”.

“Simplesmente aumentam os preços e nos apresentam a conta. Trata-se de uma prática abusiva prevista e proibida pelo Código de Defesa do Consumidor”, afirma a CNTRC.

Para tentar colocar panos quentes na mobilização da categoria em torno da sua principal reivindicação, a mudança nos reajustes do combustível, e a constante ameaça de greve pelo seu não atendimento, o governo lançou, em maio deste ano, um programa com nome pomposo, o Gigantes do Asfalto, para atender a algumas demandas dos caminhoneiros, como, por exemplo, antecipação dos valores de frete, e mudanças de pesagem nas balanças em rodovias, mas, segundo as liderança sindicais, até agora, nenhuma dessas medidas estão funcionando de fato.