Caminhoneiros condenam reajuste de 2,51% no frete e reforçam greve
Os caminhoneiros autônomos confirmaram paralisação da categoria para o próximo dia 1º de fevereiro após a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) publicar no Diário Oficial da União, na manhã de terça-feira (19), um reajuste no preço do frete que varia de 2,34% a 2,51%, conforme o tipo de carga e operação.
Para a categoria, o reajuste representa um valor ínfimo frente ao aumento nos preços dos insumos necessários para as operações de transporte.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí-RS (Sinditac) e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, afirma que é lamentável o reajuste do frete.
“É uma medida que não olha o mercado, não olha o que aconteceu com o preço dos insumos, com o preço daquilo que o caminhoneiro usa no seu dia a dia. Houve um aumento ínfimo de 2,51% sobre uma tabela já defasada na última atualização. Não considerou para esse aumento que o pneu, por exemplo, teve um aumento de mais de 60%, seja ele nacional ou importado. A média do óleo diesel não está nesse valor de R$3,63 que foi colocado, não existe esse preço na bomba”, denunciou Litti.
“Até hoje não tivemos o julgamento do Piso Mínimo do Frete. Não podemos suportar essa situação e a insensibilidade do governo federal. Hoje temos um piso mínimo da fome. Vamos dar um basta nisso. Vamos cruzar os braços no dia 1º de fevereiro”, destaca Litti.
Para o diretor-presidente do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas, Plínio Nestor Dias, o reajuste feito na tabela do frete rodoviário parece uma provocação para a paralisação dos caminhoneiros prevista para o dia 1° de fevereiro.
“A insensibilidade do governo parece mais presente, parece que nos indica, que nos provoca, que nos chama para uma paralisação que está marcada para o dia 1°”, afirmou.
O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, também reforçou a mobilização da categoria, criticando o reajuste. “Colocaram só em 2,51% de reajuste, isso é brincar com a categoria, é chamar a gente de palhaço”, disse. “A gente queria saber onde que a ANTT arrumou esse cálculo de 2,51%; não fizeram a pesquisa no mercado para saber quanto está o preço do pneu, dos insumos para o caminhão”, destacou.