Apagão atinge 700 mil usuários em Buenos Aires no dia em que termômetros marcaram 40º

A cidade de Buenos Aires foi atingida por uma grande queda de energia na terça-feira (11), que deixou milhares de casas sem eletricidade no dia mais quente do ano, em que o termômetro chegou a 41 graus Celsius segundo o jornal Página 12.

O apagão atingiu quase 750 mil clientes e duas distribuidoras, a Edenor e Edesur, afetando metade da cidade de Buenos Aires e o norte da Grande Buenos Aires, com início por volta de 13 horas.

Segundo a Edenor, o problema surgiu a partir de um incidente em uma residência próxima a uma linha de alta tensão, que acarretou o desligamento.

Para a Entidade Nacional de Regulação da Eletricidade (ENRE), a explicação mais factível é o aumento da demanda devido ao forte calor e consequente uso do ar condicionado, levando ao desligamento do sistema.

Pouco antes do início do blecaute, às 13h06, o consumo de energia elétrica atingiu um recorde histórico: 27.146 MW, contra o recorde anterior de 27.088 MW.

Às 17h, a Edenor informou que já havia normalizado o atendimento de metade do total de usuários afetados e duas horas depois garantiu que o serviço havia sido restabelecido para 80% dos afetados. Por volta de meia noite, ainda restavam sem energia 7.300 usuários.

“Informamos que 80% dos clientes afetados já foram substituídos. Continuamos trabalhando para a total normalização do serviço, que está associado ao processo de start-up dos geradores das usinas termelétricas, que estão em andamento”, assinalou a empresa em mensagem, acrescentando que a rede afetada pelo evento de alta tensão já estava “normalizada”.

Já com a Edesur, foram 43.300 os clientes que ficaram sem energia depois que falhas nas linhas de alta tensão atingiram duas de suas subestações. Por volta de meia noite, 30.300 usuários ainda estavam no escuro.

A onda de calor extremo havia sido antecipada pelo Serviço Meteorológico Nacional da Argentina, e deverá continuar ao longo da semana. A AySA, que fornece água potável em Buenos Aires, pediu à população que não desperdice água porque a interrupção também afetou seu sistema de purificação.

O jornal Clarín aproveitou o apagão para fazer a apologia do aumento das tarifas de energia – mesma linha do ex-presidente Maurício Macri, responsável pelo supertarifaço de 3.000% em seu desastroso mandato.