Tumor no sistema digestivo foi identificado após internação do prefeito.

O prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), confirmou nesta segunda-feira (28) o diagnóstico médico que aponta o surgimento de um tumor em seu sistema digestivo.
“Não tenho dúvidas que vou vencer esse desafio. Quero agradecer as centenas de mensagens que tenho recebido de inúmeras pessoas. Ajuda muito a atravessar a tempestade”, disse o prefeito pelas redes sociais.
No domingo (27), exames realizados no hospital Sírio-Libanês, onde Covas está internado, localizaram um tumor e Covas foi submetido a uma laparoscopia diagnóstica —cirurgia menos invasiva, realizada por meio de vídeo, que coleta material para biópsia. O resultado do exame que permitirá saber se o tumor é benigno ou maligno.
No sábado (19), Covas sentiu-se mal, passou pelo pronto-socorro do hospital Albert Einstein e começou a fazer tratamento com antibióticos. Ele apresentou melhora nos dias seguintes, mas piorou na quarta-feira (23), quando procurou o infectologista David Uip, que confirmou o diagnóstico de infecção na pele, mas decidiu recomendar a internação no Sírio-Libanês para mais investigações.
A essa altura, a perna do prefeito estava inflamada, e a panturrilha dura, o que sugeriria uma trombose venosa profunda, o que foi confirmado por uma tomografia.
Exames posteriores diagnosticaram um tromboembolismo nos dois pulmões—quando um coágulo se desloca de alguma região do corpo para o pulmão.
Os responsáveis pelo tratamento de Covas investigaram se existia uma causa para o problema, já que o prefeito não faz parte do grupo de risco clássico para trombose, que são pessoas do sexo feminino, tabagistas, em uso de anticoncepcionais e pessoas com mobilidade reduzida ou que tenham feito recentemente uma viagem longa, entre outros.
O pet scan foi realizado na investigação desse quadro, uma vez que o câncer é um fator de risco conhecido para trombose. O exame revelou o tumor e alguns gânglios na barriga, que serão biopsiados.
O médico Artur Katz afirmou, durante coletiva no Hospital Sírio-Libanês, onde Covas está internado, que também há uma metástase no fígado e nos gânglios linfáticos. A metástase mostra que uma célula cancerígena saiu do estômago e seguiu para essas duas regiões.
O cirurgião Raul Cutait disse que é “uma pequena lesão no fígado”. “O fato de não ter lesão no peritônio – membrana que reveste as paredes da cavidade abdominal e recobre órgãos abdominais e pélvicos – é uma boa notícia”, afirmou.
Bruno Covas iniciará o tratamento contra o câncer em um período de 36 horas. Este tipo de tratamento normalmente é ambulatorial, mas o prefeito deve permanecer internado ao menos até sexta-feira (1) por apresentar também embolia pulmonar.
O prefeito ainda permanece no cargo durante o procedimento. Aos médicos, ele disse que terá a responsabilidade de ficar no comando da prefeitura enquanto possível e só deixará o posto quando precisar.
Os médicos responsáveis pelo tratamento de Covas afirmam que em um período de seis a oito semanas eles poderão avaliar a eficácia ou não do tratamento quimioterápico. Ele passará por três sessões de quimioterapia e não está descartada uma eventual cirurgia após este período.