Com a lenta desaceleração da pandemia e sem um apoio à altura do governo Jair Bolsonaro, o mercado de trabalho voltou a registrar índice recorde de desemprego. Conforme a nova rodada da Pnad Covid, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo IBGE, são 14,0 milhões de trabalhadores sem emprego no Brasil. A taxa de desocupação foi a 14,4%, maior patamar da série histórica.

Os dados se referem à semana “cheia” de 20 a 26 de setembro. Na comparação com a semana anterior, os indicadores se agravaram. Os desocupados eram 13,3 milhões de pessoas – ou 13,7% – entre os dias 13 a 19. Na primeira semana de maio, quando a pandemia estava no auge, o Brasil tinha 9,8 milhões (10,5%) de desempregados.

Agora, da população ocupada – estimada em 83,0 milhões –, cerca de 7,9 milhões trabalhavam remotamente. Outros 2,7 milhões estavam afastados do trabalho devido ao distanciamento social – seis vezes menos do que o número registrado na semana de 3 a 9 de maio (16,6 milhões.

Há 73,4 milhões de brasileiros que não estão trabalhando nem procuram vagas. É a chamada “população fora da força de trabalho”, que se mantém estável desde maio. Nesse grupo, 25,6 milhões (34,8%) gostariam de trabalhar, mas 15,3 milhões não procuraram trabalho por causa da pandemia ou por não terem perspectivas.

A Pnad Covid também apontou que, dos 46,1 milhões de estudantes brasileiros, 6,4 milhões não tiveram nenhuma atividade escolar na quarta semana de setembro. Apenas 26,1 milhões tiveram atividades nos cinco dias úteis da semana.

O distanciamento social manteve 40% da população em casa. O contingente é de cerca de 84,7 milhões de pessoas, que saíram de suas residências somente por necessidade básica. Uma parte desse segmento, estimado em 31,6 milhões de brasileiros, ficou rigorosamente isolada – ou seja não saiu de casa.