Jair Bolsonaro (sem partido)

Estudo publicado nesta quinta-feira (28) pelo Lowy Institute de Sidney, na Austrália, mostra que o Brasil foi o pior país do mundo no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O Brasil ficou na última posição entre 98 países avaliados.

O estudo analisou a ação de 98 países, avaliando seis critérios: casos confirmados, mortes, casos e mortes por milhão de habitantes, diagnósticos em relação à proporção de testes e exames feitos a cada mil pessoas. A pesquisa se concentra nos dados registrados nas 36 semanas seguintes após a confirmação do 100º caso em cada país. México, Colômbia, Irã e Estados Unidos também tiveram notas muito baixas.

Numa escala de 0 a 100, os países das Américas tiveram nota média de 33,8 no combate à pandemia. Já o Brasil teve nota de 4,3.

Até a noite de quarta-feira (27), o Brasil tinha 8.996.876 de infecções confirmadas e 220.161 mortes para uma população de 209,5 milhões de habitantes. A Nova Zelândia registrou 2.299 casos do novo coronavírus e 25 mortes desde o início da pandemia, em uma população de cerca de 5 milhões de pessoas.

No mundo, mais de 100 milhões de pessoas foram infectadas com o vírus e 2,2 milhões morreram desde dezembro de 2019. No final da lista estão Brasil, México, Colômbia, Irã e Estados Unidos.

O índice das Américas ficou abaixo de todos os outros continentes. África e Oriente Médio tiveram média 49. A Europa, 51, e a Ásia-Pacífico, 58,2.

Além da Nova Zelândia – que praticamente erradicou o vírus com fechamentos de fronteira “precoces e drásticos”, bloqueios e testes de diagnóstico –, Vietnã, Taiwan, Tailândia, Chipre, Ruanda, Islândia, Austrália, Letônia e Sri Lanka estão entre os dez principais países que melhor responderam à pandemia.

Em número total de mortes, o Brasil perde apenas para os EUA. As duas nações mais populosas do continente americano tiveram em comum governos liderados por negacionistas de extrema-direita, Bolsonaro e Trump, que minimizaram a ameaça da Covid-19, além de promover ações para sabotar os esforços de demais governantes locais, como incentivar e promover aglomerações e fazer campanhas pelo uso de medicamentos sem eficácia comprovada como a cloroquina.

Além disso, enquanto nos dois países cresciam o número de casos e mortes, Trump e Bolsonaro ridicularizaram o uso de máscaras, e opuseram-se a restrições e fechamentos.

De acordo com o Lowy Institute, “alguns países administraram a pandemia melhor do que outros, mas a maioria deles se destacou apenas por seu desempenho insatisfatório”. Países pequenos, com populações abaixo de 10 milhões de pessoas, mostraram ter algumas vantagens. “Em geral, os países com menos populações, sociedades mais coesas e instituições bem treinadas têm uma vantagem comparativa quando se trata de lidar com crises globais como a pandemia”, diz o estudo.