O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (CODACE) da Fundação Getúlio Vargas, reunido em 26 de junho de 2020, diz que o país entrou em recessão a partir do primeiro trimestre de 2020.
Criado em 2004 com a finalidade de “determinar uma cronologia de referência para os ciclos econômicos brasileiros”, o comitê também realizou a datação mensal da maior recessão da história do país: “ao identificar um pico em março de 2014 e um vale em dezembro de 2016. Isso significa que a recessão teria durado 33 meses, entre abril de 2014 e dezembro de 2016”.
O comitê considerou que houve um “pico no ciclo de negócios brasileiro no quarto trimestre de 2019”. “O pico representa o fim de uma expansão econômica que durou 12 trimestres – entre o primeiro trimestre de 2017 e o quarto de 2019”, diz o comitê.
Após a grande recessão, a economia brasileira ficou estagnada, com o crescimento em torno de 1%, sendo que no primeiro ano do governo Bolsonaro o Produto Interno Bruto foi ainda menor do que os dois anos anteriores: em 2019 cresceu (1,1%) e em 2018 e 2917 (1,3%).
O último trimestre de 2019 foi desastroso e lançou por terra toda a campanha de “recuperação” da economia. Só em dezembro, a produção industrial caiu 0,7% e fechou o ano recuando -1,1%, o comércio varejista (-0,1%) e o setor de serviços (-0,4%). O emprego informal bateu recorde atingindo 38,4 milhões de pessoas em 2019, o maior contingente desde 2016, segundo o IBGE. E 12,6 milhões de trabalhadores estavam desempregadas no apagar das luzes do ano passado. E ainda nem se falava em Covid-19.
Segundo o IBGE, o PIB recuou 1,5% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o quarto trimestre de 2019.