O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, recuou mais de 10% no pregão de
quarta-feira (11) e teve as negociações suspensas pela segunda vez nesta semana. As ações da
Petrobrás recuavam quase 12%, acompanhando o recuo nos preços do petróleo, após a Arábia
Saudita anunciar plano para ampliar sua capacidade de produção. A situação contradisse o
presidente Jair Bolsonaro que, em discurso na terça-feira, tentou minimizar a gravidade da
crise.
As medidas de cortes de invetimentos e arrocho salarial propostas na terça-feira (10) pelo
ministro Paulo Guedes agravaram a situação. Também nesta quarta o Ministério da Economia
informou que sua estimativa oficial de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano
foi revisada de 2,4% para 2,1%. O PIB de 2019 já tinha sido de apenas 1,1%, o menor dos
últimos três anos.
Quando a queda nas cotações da bolsa passa de 10% é acionado automaticamente o circuit
breaker, mecanismo que interrompe as negociações de papéis por 30 minutos. Na segunda-
feira (9), logo pela manhã, os negócios também foram suspensos, quando o Ibovespa recuou
10,02%. Os negócios seguem pressionados pela destrambelhada política econômica do
governo, pela queda no preço do petróleo e pelo temor sobre o impacto da epidemia de
coronavírus na economia global.
Na contramão das medidas anunciadas por outros governos diante do agravamento da crise, o
governo brasileiro segue apontando para medidas que provocarão mais contração da
eeconomia. “Estamos monitorando de perto os desdobramentos do Covid-19 [coronavírus] e a
recente queda no preço do petróleo e reafirmamos que a melhor resposta ao novo cenário é
perseverar com as reformas fiscais e estruturais”, comunicou o Ministério.
Na terça, a bolsa avançou 7,14%, a 92.214 pontos, recuperando parte das perdas de segunda,
em meio a expectativas de ações coordenadas de governos e bancos centrais de todo o mundo
para ajudar as economias em meio ao surto do novo coronavírus.
Depois de recuar quase 30% na segunda, e ver seu valor de mercado ‘encolher’ US$ 91 bilhões,
a Petrobrás foi um dos destaques de alta desta terça, subindo 9,41% no caso das ações
preferenciais, e 8,51% nas ordinárias. Já os papéis da Vale avançaram 18,45%. Na quarta eles
voltaram a desabar. As ações da Petrobrás recuavam quase 12% quando a bolsa foi fechada.