Boric é oficializado presidente do Chile e tomará posse em 11 de março
“Darei o melhor de mim para estar à altura das expectativas que despertamos”, afirmou o candidato da Frente Ampla à presidência do Chile, Gabriel Boric, logo após ter sua vitória oficializada pelo Tribunal Eleitoral, nesta segunda-feira (10), dois meses antes de sua posse, marcada para o próximo 11 de março.
Em contraposição a atual gestão de Sebastián Piñera, identificada com a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), marcada pela corrupção e pela repressão em favor de uma elite de negocistas, especuladores e transnacionais, Boric se comprometeu a “trabalhar incansavelmente para que o nosso governo esteja a serviço de todos os chilenos e chilenas, e não de um grupo em particular”. Em função disso Piñera colocou todas as suas fichas no oponente de extrema-direita, José Antonio Kast, propagandeado como “o Bolsonaro chileno”, que obteve 44,1%, um milhão de votos a menos que Boric.
“Saibam que, como equipe, assumimos com a maior responsabilidade o desafio que eles nos deram e a vontade desses mais de 8 milhões de chilenos que participaram da última eleição e, a propósito, também daqueles que não votaram, construir um país mais justo, mais digno, mais igualitário. E onde todos têm o direito de serem felizes, independentemente do local de origem”, enfatizou Boric.
Conforme o proclamado na cerimônia, “os eleitores acorreram para votar no segundo escrutínio de 19 de dezembro de 2021 para eleger o presidente da República do Chile, tendo o senhor Gabriel Boric Font obtido a maioria dos votos validamente expressos, processo que o Tribunal Eleitoral de Habilitação declarou válido e de acordo com a lei”.
Desta forma, as autoridades assinaram a ata, que foi posteriormente recebida pelo presidente eleito, com o certificado de ter vencido com 55,8% dos votos válidos, ou seja, mais de 4,6 milhões.
Entre outros, estiveram presentes à cerimônia a presidente do Senado, Ximena Rincón; o presidente da Câmara dos Deputados, Diego Paulsen; a presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros e o presidente do conselho de administração do Serviço Eleitoral (Servel), Andrés Tagle.
Reunido com os repórteres, após o evento, Boric disse que “sentia algo difícil de expressar e transmitir, pois a fibra das instituições vai além das experiências de vida de cada um de nós”. O novo presidente assumirá o cargo pelos próximos quatro anos (2022-2026) um mês após ter completado 36 anos.