O aumento no preço dos combustíveis anunciado pela direção da Petrobrás, que passou a valer nesta terça-feira (9), causou revolta entre os caminhoneiros. Este foi o terceiro reajuste da gasolina e o segundo do diesel nos dois primeiros meses de 2021 nas refinarias.

O reajuste foi repudiado pela categoria em áudios de grupos do WhatsApp, conforme divulgou reportagem do portal Valor. “Bolsonaro prometeu reduzir os impostos do diesel e não tivemos um fim de semana de paz. Olha aí o caminhoneiro sendo penalizado de novo”, afirmava um dos áudios.

A gasolina subirá em média 8,1% passando para R$ 2,25 por litro na refinaria. O diesel terá alta de 5,1% (R$ 0,11), indo a R$ 2,24 por litro, também na refinaria. Também foi anunciado aumento do gás de cozinha, o GLP (gás liquefeito de petróleo), com alta de 5,05% (R$ 1,81 por botijão).

Mesmo a ala da categoria mais próxima a Bolsonaro afirma que o novo reajuste dos combustíveis coloca os caminhoneiros “no limite”.

“A categoria está no limite há muito tempo”, disse Wallace Landim, o “Chorão”, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que foi um dos apoiadores de Bolsonaro.

Para tirar sua responsabilidade, Bolsonaro tentou responsabilizar o Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pela alta nos preços. Ele queria transferir para os governadores a responsabilidade pela redução dos preços dos derivados de petróleo através da redução do ICMS. A tentativa foi rechaçada pelos governos estaduais.

“O governo tem falado coisas bonitas e transferido responsabilidade para os outros”, disse Wallace.

Sem compromisso em resolver a demanda da categoria, Bolsonaro voltou a dizer que não vai intervir na política de preços da Petrobrás – esta sim, a causa dos frequentes aumentos de preço, já que atrela os preços internos dos combustíveis ao dólar e aos preços internacionais. Isso foi o que levou à disparada dos preços, e à greve geral dos caminhoneiros em 2018.