“Bolsonaro quer transformar o Brasil na sucursal do inferno”
Assim como os governadores, prefeitos, membros do Judiciário e diversas outras lideranças políticas , além de todas as autoridades sanitárias do país, João Vicente Goulart, filho do saudoso ex-presidente João Goulart, alerta, em seu artigo, que publicamos na edição de hoje, para a gravidade do momento vivido pelos brasileiros.
“Estamos à beira do colapso humano, do colapso sanitário, da vitória da doença e da morte. Está na hora de reagir na hora de exigir o fim deste governo”, conclama João Vicente Goulart.
O ex-presidenciável revela a essência fascista dos atuais ocupantes do Palácio do Planalto e responsabiliza o negacionismo e a arrogância de Jair Bolsonaro pela tragédia que se abateu sobre o país e que já ceifou a vida de mais de 254 mil pessoas.
Brasil de Bolsonaro: A sucursal do inferno
Por João Vicente Goulart*
“Vamos passar a boiada”, não foi somente uma manifestação retórica de maldade, advindas de questões do Ministério do Meio Ambiente, dita com tanta propriedade pelo ministro Ricardo Salles, um dos integrantes do grupo ideológico-fascista do presidente Bolsonaro.
Esta colocação reflete no seu âmago, toda uma carga de um projeto de destruição e aniquilação não só das instituições brasileiras como de seu povo, literalmente falando, um projeto que difere do nazismo hitleriano, não nos seus propósitos que são idênticos nas barbáries, mas que se coloca em primeiro plano a extinção dos mais fracos, dos miseráveis, dos desesperançosos, dos sem-teto, dos sem empregos, dos famintos, dos sem instrução educacional, que podem ser descartados como uma boiada na correnteza de uma enchente.
Boicotar permanentemente a vacina, com estratégias premeditadas de que erros podem acontecer, de vetar e colocar neste momento prazos para que o almirante Barros Torres, reizinho da ANVISA, possa jogar com prazos e documentos supostamente não apresentados, para aprovar ou não, vacinas em quantidades emergenciais que o Brasil precisa de outras fabricantes, que no momento certo o general Pazuello, ministro da Saúde não contratou, é no nosso entendimento um crime premeditado, bem intrínseco na mentalidade genocida de Bolsonaro e dos militares que o acompanham na destruição do Brasil.
O exemplo do chefe capitão Bolsonaro, contra o uso das recomendações da OMS no mundo inteiro, dando ele os exemplos comportamentais de suicídio coletivo e defendendo publicamente as piores atitudes que uma população pode adquirir, para encontrar-se com o vírus e tal vez com a morte, nos leva a crer que ele está sim empenhado no extermínio e diminuição da população brasileira, através de um apocalipse sanitário.
Vemos hoje estarrecidos o isolamento sanitário que o mundo vai aplicar no Brasil, como já se discute internacionalmente a segregação de nossa Pátria e de nosso povo.
Jornais internacionais já estão propagando que a falta de seriedade no combate ao Covid-19 no Brasil está levando o país a ser o celeiro do mundo na criação diária de novas mutações do vírus de forma descontrolada. Novas variantes estão aparecendo de forma descontrolada em nosso país e nossas autoridades, diante da tragédia continuam a dizer:- e daí?
Os mortos e contaminados aumentam assustadoramente todos os dias superando os mais altos índices, no topo da crise de 2020; agora com as novas mutações, sem vacinas suficientes e sem hospitais emergenciais como no começo da pandemia.
Diariamente estamos vendo a dificuldade de os Estados brasileiros obterem os recursos para o combate a este inferno sanitário, a não ser que o façam com saca-rolhas, na justiça, algo que é dever da União. A cada dia nosso povo mais entristece, mais clama por suas necessidades, mais derrama lágrimas porque vê cada vez mais distante a solução de suas dores e atribulações.
Está na hora de reagir, está na hora de exigir o fim deste governo.
Estamos à beira do colapso humano, do colapso sanitário, da vitória da doença e da morte, sem recursos e nas mãos de um governo genocida, que aposta através da inoperância e da maldade exterminar nossa população mais vulnerável, e fazer do Brasil uma sucursal do inferno.
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João Vicente Goulart* é Diretor IPG-Instituto Presidente João Goulart e membro do comitê central do PCdoB
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