Jair Bolsonaro recebeu panelaços de todo o Brasil, na terça, na quarta e na quinta-feira (19),
por conta de seu comportamento irresponsável diante de crise do Covid-19. Diferente de
grande parte da sociedade, ele desdenhou a epidemia, desrespeitou as orientações do
Ministério da Saúde e atacou as medidas de vários governadores, tomadas para proteger a
população.
O presidente afrontou a todos tirando selfs na aglomeração de pessoas incentivada por ele
contra o Congresso e o Supremo no domingo, dia 15 de março, em frente ao Palácio do
Planalto.
Mas, suas sandices não pararam por aí. Bolsonaro voltou a desrespeitar os brasileiros. Agora,
ele usou a sua live, que ele faz todas as quintas-feiras, para seguir criticando as medidas
tomadas pelas autoridades de Saúde.
Ele tentou desautorizar os chefes dos executivos estaduais e o Ministério da Saúde. Atacou os
governadores insinuando que, com as medidas sanitárias determinadas por eles, vai haver
prejuízos para a economia. A vida e o sofrimento das pessoas parece estar passando bem
longe de suas preocupações.
“Algumas autoridades estaduais estão tomando medidas. Tem gente que critica, tem elogio
também, mas eu deixo claro remédio quando é excessivo pode fazer mal ao paciente. Uns
querem fechar supermercado, outros querem fechar aeroporto, outros querem impor barreira
na entrada dos estados. A economia tem que funcionar, porque caso contrário as pessoas vão

ficar em casa e não vão ter o que se alimentar. Se faltar o emprego, falta o pão em casa e os
problemas se avolumam”, afirmou.
Bolsonaro só não levou em conta nessas suas observações que é a vida de milhares de pessoas
que está em jogo, caso o vírus se espalhe rapidamente no país. O sistema público de Saúde,
tão mal tratado por seu ministro da Economia – e também o privado – terão muitas
dificuldade para fazer frente ao excesso de demanda de pacientes graves, se essa explosão de
infecção ocorrer.
E, demonstrando total desconhecimento e desprezo pelo que afirmam as autoridades
médicas, os cientistas e os pesquisadores do mundo todo, fez uma demagogia inaceitável com
uma suposta vacina de Israel. “Se Deus quiser, mais uma vez Israel poderá nos socorrer desse
mal que tem nos causado estrago”, disse ele.
As duas falas de Bolsonaro, tanto as insinuações de que os governadores estão exagerando,
quanto a chegada em breve da vacina milagrosa de Israel, estão sendo vistas como sabotagem
aberta às autoridade da Saúde Pública brasileira e mundial.
E ele falou esses absurdos todos no mesmo dia em que o número de mortos na Itália
ultrapassou os da China.
Falou também da suposta vacina salvadora no dia em que a Organização Mundial da Saúde
(OMS), em teleconferência com os maiores fabricantes de medicamentos do mundo, informou
que qualquer vacina contra a coronavírus só poderá ser usada na população num prazo
mínimo de uma ano.
Todas as vacinas pesquisadas atualmente em todo o mundo ainda não chegaram na fase de
testes. Por isso a OMS deu este prazo para que ela seja usada. Mas, Bolsonaro insiste em
afrontar a ciência.