Colocado contra a parede por todas as categorias de servidores federais, que reivindicam reajuste salarial e protestam em todo o país, Bolsonaro continua “batendo cabeça” diariamente para tentar engabelar os funcionários públicos.

Depois de defender aumento apenas para os policiais no final do ano passado – o que gerou descontentamento, revolta e mobilizações do restante do funcionalismo -, fazendo com que ele passasse a dizer que não ia ter reajuste para ninguém, para logo depois propor um abono de R$ 400, defender um reajuste de 5% para todos, e voltar a acenar às carreiras de segurança pública com algum tratamento especial, o “mito” agora afirmou que o reajuste de 5% não está definido.

É o que se depreende da confusa fala de Bolsonaro: “A gente se esforça para dar um reajuste, que eu sei que é pequeno para os servidores. Há uma sugestão, não está batido o martelo, vou deixar claro, de 5%. Isso equivale a mais cortes nos ministérios de R$ 7 bilhões”, afirmou durante sua transmissão ao vivo nas redes sociais.

E, confusamente, continua, dizendo que o governo terá uma reunião com os sindicatos dos servidores para tratar do assunto: “É 5% para todo mundo? Não atende à Polícia Rodoviária Federal, para evitar que [eles] entrem em greve”, disse.

E usando a velha tática de que nada depende dele, como se não fosse o presidente, lamenta: “Agora, é triste falar isso aí. Tem gente que ganha no teto e quer mais reajuste. Se tivesse recurso, eu daria. Mas a proposta nossa, no momento, não temos como ir além. Estou no limite aqui”, disse.

“Se alguém me arranjar de onde eu tirar recurso, eu dou 10, dou 15, dou 20 [por cento], sem problema nenhum. Eu estou no limite aqui”.