Bolsonaro, Guedes e Brandão

O Banco do Brasil informou, na quinta-feira (14), através da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), não ter recebido nenhuma comunicação oficial da parte do acionista controlador (governo federal) sobre a demissão do presidente da instituição André Brandão.

Após a forte reação negativa com o anúncio da “reestruturação” do Banco do Brasil no início da semana e a demissão de cinco mil funcionários, além do fechamentos de centenas de agências e postos de atendimento, inclusive de seus apaniguados, Bolsonaro passou a pressionar o ministro da Economia, Paulo Guedes, para adiar a decisão, pelo menos até depois da eleição da Câmara e do Senado.

Bolsonaro teria ficado “irritado” e pedido a “troca do comando” do banco para que a medida não atrapalhasse seus planos de compra de votos. De acordo com o blog do jornalista Valdo Cruz, do G1, Bolsonaro pressiona para que o plano seja adiado, a fim de evitar influência nas eleições dos novos presidentes da Câmara e Senado.

Bolsonaro apoia Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado. E os parlamentares estão reclamando, de acordo com o blog, do fechamento de agências em suas bases eleitorais. Fala-se até que um patrocínio do banco a uma live do cantor Seu Jorge teria irritado Bolsonaro porque o cantor seria de “esquerda”.

Guedes, por sua vez, tenta manter seu amigo privatista, oriundo do banco HSBC, na presidência do Banco do Brasil. André Brandão era presidente do banco inglês no Brasil quando foi escalado pelo ministro para assumir a presidência em setembro do ano passado e intensificar o processo de desmonte do banco estatal.