“Bolsonaro está afastado da agenda real do Brasil”, diz Flávio Dino
Em entrevista nesta quarta-feira (29) à Casa do Saber, o governador Flávio Dino afirmou que o negacionismo do Governo Federal paralisou o Brasil em momento decisivo. “Algumas providências deveriam ter sido tomadas desde o início, especialmente no que se refere à questão dos insumos hospitalares”, disse Dino.
No que se refere ao terreno sanitário, Flávio Dino ressaltou que, previamente, deveria ter sido feito um planejamento concreto, com metas. Ele destacou que isso nunca foi submetido a um crivo, um debate em que houvesse possibilidade de colaboração. “Há um mês e meio, por exemplo, nos foi dito pelo Presidente da República e pelo então ministro da Saúde que o Maranhão iria receber kits de 20 leitos de UTI. Sabemos que é insuficiente, mas é uma ajuda, colocamos isso no planejamento. Chegaram os 20 leitos, porém, incompletos, sem os respiradores. Fica difícil trabalhar assim”, falou o governador do Maranhão.
Para ele, novamente o Presidente da República deu uma declaração de como está afastado da agenda real mais premente no país. “Ele disse que se chama Messias mas não faz milagres. Na verdade, ninguém faz. Me parece mais uma atitude de mal gosto porque é um desrespeito com as famílias das pessoas que morreram. Se vê por meio de frases infelizes que ele continua no paradigma do negacionismo. Bolsonaro é o principal sabotador das medidas preventivas no país. A tragédia brasileira seria ainda maior se os governadores não tivessem tido a firmeza de manter uma agenda preventiva”, assegura.
O governador do Maranhão destacou ainda a falta de planejamento e coordenação – que exigiria abandonar o negacionismo – e ainda a falta de coordenação logística para garantir o abastecimento dos estados. “Alguns colegas governadores estão há semanas com leitos prontos, mas que não funcionam porque estão sem todos os equipamentos. Não é possível que o Governo Federal que detém a prerrogativa constitucional de fazer as relações exteriores não garanta suprimentos nessa emergência sanitária”, concluiu Flávio Dino.
Assista à íntegra da entrevista: