Arthur Lira (PP-AL) e Jair Bolsonaro (sem partido)

Jair Bolsonaro deu a dica de algumas insanidades que pretende impor ao país se conseguir emplacar seu candidato, o deputado Arthur Lira (AL), na presidência da Câmara. “Se Deus quiser, com a nova Câmara, com a nova presidência da Câmara, da Câmara e do Senado, nós vamos colocar em pauta um excludente de ilicitude”, disse o presidente.

A versão do projeto enviado pelo governo aos parlamentares previa que policiais que realizassem disparos e provocassem mortos e feridos em situações de confronto estariam isentos de prisão em flagrante e teriam a defesa feita pela Advocacia Geral da União (AGU) ou órgãos públicos.

Bolsonaro apregoou o que ele considera ser o extermínio “legítimo” de “vagabundos”. “Aos hipócritas, não é permissão para matar. É o direito de não morrer, dar a vida se preciso for. Entre a vida de um policial e de mil vagabundos ou de 111 vagabundos, que é um número bastante emblemático, eu fico com aquele policial militar”, disse ele em referência ao massacre do Carandiru, em 1992.

Apesar da narrativa de Bolsonaro, seu projeto foi visto por toda a sociedade como uma garantia de impunidade aos criminosos ou mesmo uma licença para o prosseguimento dos assassinatos de negros e das populações pobres nas comunidades carentes. O projeto gerou indignação geral e foi barrado.

A declaração foi dada na terça-feira (15) durante cerimônia em São Paulo, no dia de aniversário de 189 anos da Polícia Militar do estado. Ele está seguro que Arthur Lira (PP-AL), ao assumir o comando da Casa tocará para frente a sua agenda armamentista que foi bloqueada pela atuação de Rodrigo Maia e de toda a oposição ao governo.

O fato de Bolsonaro abrir o jogo sobre suas reais intenções preocupou os articuladores da candidatura de Lira. O grupo está intimamente ligado a Bolsonaro, mas acha que esse tipo de fala do presidente atrapalha a estratégia de Arthur Lira de atrair o PT para apoiar sua candidatura.