O diálogo de Jair Bolsonaro com o ex-vice-presidente do Estados Unidos, Al Gore, durante Fórum Econômico Mundial de Davos de 2019, tornado público agora no documentário alemão “O fórum”, deixa evidente que a intenção do atual ocupante do Planalto de entregar a Amazônia para os EUA vem de longe.

O americano se dirige a Bolsonaro, que está acompanhado de um tradutor e do ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, num coquetel da edição do encontro ocorrido em janeiro de 2019. Diz Al Gore: “Sou muito amigo do Alfredo Sirkis”, em referência ao ex-deputado federal que ajudou a fundar o Partido Verde (PV) e faleceu em um acidente de carro em junho deste ano.

Com a ajuda do tradutor, Bolsonaro responde: “Fomos inimigos no passado”. Gore tenta contornar e afirma que então falou com o presidente sobre a pessoa errada. Bolsonaro diz: “Tudo bem”. E acrescenta: “A história do regime militar no meu país foi mal contada”.

Bolsonaro disse que gostaria de explorar a Amazônia junto com empresas americanas

“Temos muita riqueza na Amazônia e eu adoraria explorar essa riqueza com os Estados Unidos”, diz Bolsonaro, após Al Gore dizer a ele que gostaria de conversar sobre a Amazônia. Visivelmente constrangido, Gore diz: “Não estou certo se entendi bem”.

“Não estou certo se entendi bem”, respondeu Al Gore

A cena de Jair Bolsonaro oferecendo a Amazônia, que aparece no documentário alemão do diretor Marcus Vetter, viralizou nas redes sociais. As pessoas puderam ouvir do próprio Bolsonaro o que ele pretende fazer na Amazônia. O filme estreou no Brasil na última quinta-feira (20) e está disponível em plataformas de streaming como a Apple TV e Google Play.

No trailer do filme o presidente e criador do fórum, Klaus Schwab, aparece falando com preocupação sobre a participação de Bolsonaro no evento: “É claro que me preocupo com o que ele disse não só sobre o meio ambiente”.

O vídeo mostra ainda o ministro da Economia, Paulo Guedes, falando em inglês e tentando introduzir Bolsonaro para plateia: “Isso é terrível, o homem é muito duro… Ele era capitão, qual o problema”, indaga Guedes.

(EB)