O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, anunciou na quarta-feira (08) que Jair Bolsonaro cancelou sua participação no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que ocorre entre os dias 21 e 24 deste mês. “Está cancelada a ida do presidente, falei com ele há pouco”, declarou Barros.
Os motivos para a desistência de participar do encontro vão desde a falta do que apresentar no evento até problemas de segurança, mas, o porta-voz não quis entrar em detalhes.
Ao informar que Bolsonaro havia decidido cancelar a viagem, Otávio Rêgo Barros foi questionado pelos jornalistas se a crise entre Estados Unidos e Irã seria um dos motivos para a desistência. O porta-voz, então, respondeu:
“Não há absolutamente nenhuma ligação com o fato ocorrido há pouco no Irã e no Iraque, envolvendo os Estados Unidos.” Mas, logo em seguida, admitiu, “a segurança é um dos aspectos, não é prioritário nem minoritário”.
Na última segunda-feira, o próprio presidente chegou a dizer que poderia não ir ao fórum. Sem dar detalhes, afirmou na ocasião que “o mundo tem seus problemas, questão de segurança”.
“O presidente e os assessores analisaram uma série de aspectos: aspectos econômicos, aspectos de segurança, aspectos políticos. E o somatório desses aspectos, quando levados à apreciação do presidente, lhe permitiu avaliar que não seria o caso, neste momento, de participar desse fórum”, acrescentou o funcionário do Planalto.
A falta do que o governo brasileiro poderia apresentar no evento deste ano tem a ver com os temas que serão tratados em Davos. Entre os assuntos, estão “Economias mais justas”, “Como salvar o planeta”, “Futuros saudáveis” e “Tecnologia para o bem”.
Nada disso esteve nas prioridades do governo Bolsonaro neste primeiro ano de mandato. Pelo contrário, as medidas tomadas foram no sentido de facilitar a vida dos desmatadores, garimpeiros, grileiros, etc, que atuam nas florestas brasileiras. As demais medidas atingem os direitos de trabalhadores e tornam a economia menos justa.
O apoio irresponsável de Bolsonaro ao atentado terrorista de Donald Trump, que resultou na morte do general iraniano Qasssem Suleiman, acabou afastando o Brasil de sua tradicional equidistância dos conflitos bélicos internacionais e, além de trazer problemas comerciais, introduz agravantes na segurança do país nunca antes enfrentados por autoridades brasileiras.
O representante diplomático brasileiro no Irã foi chamado pelo governo dom país persa para dar explicações sobre a nota do Itamaraty em apoio a Trump. Isso certamente interferiu na decisão de Bolsonaro de não viajar a Davos.