Procuradoria Geral da República

O número de pedidos de abertura de investigação contra Jair Bolsonaro é maior do que foi contra seus antecessores Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), e bate recorde.

Desde a posse, foram 93 representações contra Jair Bolsonaro, a maior parte delas tendo sido registradas depois da chegada da pandemia no Brasil.

Pelo menos 60% dos pedidos decorrem das omissões de Bolsonaro em relação ao combate à pandemia.

A busca feita pelo Estadão, através da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostra que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi alvo de 36 pedidos de investigação no fim de seu governo. Seu sucessor, Michel Temer (MDB) foi alvo de 53 pedidos.

Os pedidos de investigação foram apresentados por partidos políticos, parlamentares e organizações. Um caso que não tem relação com a pandemia foi o do pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Rodrigues denunciou à PGR que a família Bolsonaro usou helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir ao casamento de Eduardo Bolsonaro, no Rio de Janeiro. O caso ainda está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O procurador-geral, Augusto Aras, indicado para o cargo por Jair Bolsonaro, arquivou 82% dos pedidos de investigação.

Uma das investigações que a PGR abriu foi para apurar a interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, caso que levou o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, a pedir demissão.

Para Cláudio Fonteles, ex-procurador-geral da República, “há uma grande leniência do Aras em relação à conduta de Bolsonaro na pandemia e nos ataques à democracia”.

“Ao Parlamento cabe a análise do crime de responsabilidade, que pode resultar em impeachment. Agora, isso não desobriga o PGR a atuar também. É ele quem tem a atribuição de analisar eventos delituosos daqueles que gozam de foro por prerrogativa de função, como é o caso do presidente”, disse