Bolsonaro apela a “patriotismo” no comércio, mas arroz seguirá caro
O preço do arroz disparou nos supermercados brasileiros. O pacote de cinco quilos, encontrado antes por R$ 15, está custando perto de R$ 40 e não há previsão de queda. Levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, indica que a alta do arroz chega a 100% em 12 meses. E a previsão é de que os preços continuem subindo nos próximos meses.
Na última passada, Bolsonaro pediu “patriotismo” aos donos de supermercados para segurar os preços de itens da cesta básica.
“Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro”, disse. Em resposta, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou que os aumentos são “provenientes dos fornecedores de alimentos, que são provenientes de variáveis mercadológicas como maior exportação, câmbio e quebra de produção”.
Deputados do PCdoB repercutiram em suas redes a alta do arroz e criticaram a tentativa de Bolsonaro de conter os preços pedindo “patriotismo”.
“Quarenta reais o pacote de 5 kg do arroz. E o presidente tentando negociar “pedindo patriotismo” de donos de supermercado. A inflação atinge diretamente as famílias mais pobres. E a tendência é de continuar subindo nos próximos meses”, afirmou a deputada Jandira Feghali (RJ).
Já a líder da bancada, deputada Perpétua Almeida (AC), afirmou: “Por causa de você, Bolsonaro, o arroz e o combustível, nunca estiveram tão caros. Mas lutaremos! Resistiremos”.
O deputado Daniel Almeida (BA) afirmou que recorrendo ao “patriotismo”, Bolsonaro “ignora o fato de que os preços altos dos alimentos nas prateleiras dos supermercados resultam também das suas políticas de ataque aos agricultores familiares. É uma crueldade sem fim por parte desse desgoverno”.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), o produto comprado dos produtores pelas indústrias ficou 30% mais caro só em agosto.
O deputado Orlando Silva (SP) lembrou ainda que o cenário se agrava ainda mais com o corte do auxílio emergencial pela metade. “O saco de arroz chegando a R$ 40, alta de até 100% no período de um ano. Botijão de gás a R$ 80. Inflação de alimentos e itens da cesta básica, o pior cenário para as famílias pobres. Com desemprego e corte do auxílio emergencial, o Brasil vai explodir. Bolsonaro é culpado!”, afirmou.
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(PL)