Presidente Luis Arce (esquerda) e o vice, David Choquehuanca, na solenidade de posse

O governo boliviano defendeu, na quinta-feira (3) que haja uma mobilização da comunidade internacional pelo cancelamento da dívida externa e por fontes de financiamento capazes de enfrentar a crise econômica provocada pela pandemia, ressaltando que, no caso da Bolívia, a crise se agravou com o período de desgoverno de Janine Áñez.

“Esperamos encontrar a devida compreensão e solidariedade da cooperação internacional. É imperativo mobilizar as diferentes fontes e instrumentos de financiamento e o perdão da dívida externa”, disse o presidente da Bolívia, Luis Arce, em vídeo transmitido pela emissora de televisão estatal.

O vídeo foi gravado durante a participação do presidente em um debate nas Nações Unidas com o tema “Unidos contra a Covid-19”.

Arce, já vinha defendendo a suspensão do pagamento da dívida externa por dois anos. O ministro da Economia, Marcelo Montenegro, disse em meados do mês passado que o governo administrará a suspensão temporária do pagamento de sua dívida.

Em abril, a dívida externa alcançava US$ 11,6 bilhões, 27,3% do PIB, segundo dados divulgados pelo Banco Central da Bolívia (BCB).

Arce defendeu as medidas diante da “crise política de novembro de 2019 e a má gestão do governo de fato deterioraram a economia boliviana, situação agravada pela pandemia”.

Após assumir o cargo em 8 de novembro, ele descreveu a situação econômica do país como “patética”, após estimar que este ano a Bolívia “terá uma queda no PIB de 11,1%” e um déficit fiscal para 2020 de 12,1%. Desde março, a Covid-19 deixou na Bolívia mais de 8.900 mortos e mais de 144.900 infectados para uma população de 11,7 milhões.