E o desemprego continua crescendo: 28 milhões e 400 mil brasileiros, segundo o IBGE. Foto Marcello Casal Jr./Agência Brasil

As projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano continuam derretendo. Nesta segunda-feira (10 e junho), o Banco Central divulgou o boletim “Focus”, com a estimativa de analistas de mais de 100 instituições financeiras, com redução de 1,13% para 1% o crescimento da economia brasileira.
Na 15ª queda seguida, o sistema financeiro reduziu a previsão de alta do PIB de 2019.
Na sexta-feira (7), o Bradesco revisou sua perspectiva para o crescimento da economia este ano, de 1,1% para 0,8%.
Segundo o banco, “evolução mais contida da atividade indica que a ociosidade da economia está e será maior”.
Para o Bradesco, “a confirmação de queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre e os recentes indicadores de atividade sugerem uma transição ainda moderada para o segundo trimestre”.
Recentemente, até o alucinado que ocupa o Ministério da Economia baixou a previsão de crescimento de 2,2% para 1,6%.
As sucessivas revisões para baixo na expectativa de crescimento nada mais são do que a confirmação de que a economia, que já estava no fundo do poço, está piorando com a política econômica de Guedes/Bolsonaro.
Em 2018, o PIB teve uma variação de 1,1%, repetindo o fiasco do ano anterior.
O que o governo fez para enfrentar o problema? Nada, absolutamente nada. Fez para piorar. Manteve os juros reais no espaço, reduziu os investimentos e deu fim ao crédito público.
Em abril, o financiamento do BNDES caiu 7,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Como resultado, o investimento das empresas (a Formação Bruta de Capital Fixo) caiu 1,7% no primeiro trimestre do ano.
De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), “o principal motor que dinamiza (ou puxa para baixo) a indústria é o investimento, já que este beneficia diretamente a construção pesada e o setor de bens de capital”.
Continuando, “via indústria, os demais ramos da própria manufatura, assim como os outros setores da economia, dão sequência ao impulso original do investimento. Estes gastos, realizados pelo Estado e empresas estatais, foram alavanca importante na inversão total da economia brasileira, um papel que foi declinando sem a compensação equivalente do setor privado”.
Conforme o boletim “Focus”, os analistas do sistema financeiro também reduziram sua previsão de crescimento da produção industrial para este ano, de 1,49% para 0,47%.
Segundo dados do IBGE [06/06], a queda da produção industrial em abril chegou a -3,9% frente ao mesmo mês do ano passado, acentuando o retrocesso acumulado nos quatro meses do governo Bolsonaro. “Nem a variação de +0,3% na série com ajuste sazonal retira, por enquanto, a conclusão de que a indústria entrou novamente em recessão”, diz o IEDI.
Em suma: a dupla Guedes/Bolsonaro quer desmontar a Previdência, entregar o patrimônio público ao capital estrangeiro e deteriorar os serviços públicos.
E que se danem os 28 milhões e 400 mil brasileiros, desempregados ou subempregados, segundo a última PNAD Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).