A previsão de crescimento da economia do país em 2020 foi revisada para baixo no boletim Focus desta segunda-feira (17). O boletim é elaborado pelo Banco Central (BC) a partir das estimativas do mercado. A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 2,30% na semana passada para 2,23% nesta semana. Há 4 semanas, o relatório previa crescimento de 2,31%.
Segundo os “analistas”, as previsões começaram a cair após a divulgação dos dados da economia do final do ano 2019, quando o primeiro ano do governo Bolsonaro encerrou com resultados negativos em dezembro na indústria, no comércio varejista e no setor de serviços, encerrando o ano com uma previsão de crescimento menor do que a do ano de 2018 (1,3%)..
Embora o primeiro ano de governo Bolsonaro tenha sido marcado pela falsa propaganda de recuperação econômica, as estimativas compiladas pelo BC têm como mediana de projeção uma variação de 1,16%. O dado oficial calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) será divulgado no dia 4 de março.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), também do BC, registrou que a economia brasileira cresceu abaixo de 1% em 2019, mais precisamente 0,89%, resultado abaixo do ano de 2018. O IBC-Br é considerado uma “prévia” do PIB.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve como índice de crescimento da economia. Além de apresentar a mediana dessa previsão, o boletim do BC reúne palpites do mercado para a inflação, juros, PIB industrial, entre outros índices.
Para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2020, o boletim prevê inflação de 3,22%; para a taxa básica de juros (Selic), a previsão é que feche o ano em 4,25% e suba para 6% no ano que vem.
A expectativa do mercado para o PIB industrial foi otimista neste relatório, prevendo crescimento de 2,33% neste ano para o setor que considerou o ano de 2019 “um ano perdido”. Cálculos do IBGE mostram que o volume de produção física em 2019 caiu -1,1% sobre 2018. Apenas no último mês do ano, a indústria recuou -0,7% e operou 18% abaixo do seu ponto mais alto (maio de 2011).