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Pela 18ª vez consecutiva, os representantes do mercado financeiro consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC), reduziram a expectativa de crescimento da economia em 2019.
No relatório divulgado nesta segunda-feira (1/7), a previsão caiu de 0,87% para 0,85% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019.
O boletim Focus é semanal e reúne as apostas de executivos de 100 instituições para a economia e mercado. A previsão divulgada para o PIB, contudo, constitui a mediana das apostas – o que significa que metade dos consultados acredita que o resultado será ainda pior. O PIB é soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve de índice para evolução da economia.
O ano começou com promessas de recuperação econômica por parte de Bolsonaro e seu guru econômico Paulo Guedes. Na época, a previsão de crescimento era de 2,53% no primeiro boletim do ano, datado de janeiro.
O quadro agravado de desemprego, queda na produção, varejo e serviços – evidenciado pelos dados oficiais do primeiro trimestre – passaram a indicar o contrário e as previsões começaram a literalmente tombar após a divulgação pelo IBGE de PIB negativo (0,2%) nos primeiros três meses do governo Bolsonaro, na comparação com o trimestre anterior.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) não descarta um novo ciclo recessivo em 2019, considerando o “alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletindo nos baixos níveis de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”. Ainda menos otimistas que a metade dos representantes do mercado, o BC reduziu, em seu Relatório de Inflação Trimestral a previsão de crescimento da economia de 2% para 0,8% em 2019.
A mesma revisão foi feita também pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que, assim como o BC, previa em março crescimento de 2% em 2019. Agora, admitindo que ao menos o PIB da indústria já está “em recessão”, o instituto prevê variação também de 0,8%, o pior desempenho dos últimos três anos.