Em mais uma rodada de revisão das previsões do mercado para a economia do país em 2020, o cenário de forte recessão se consolida – com estimativas do PIB muito abaixo do zero, diante da falta de reação do governo Bolsonaro para oferecer amparo aos setores produtivos e aos trabalhadores durante a pandemia.
O boletim semanal Focus, do Banco Central, reduziu na segunda-feira (6) a previsão de queda de -0,48% para -1,18% no ano, mas ainda está otimista em relação aos cenário “altamenterecessivo” projetado inclusive, pela direção do Banco Central.
Roberto Campos Neto, presidente do BC, disse em reunião com ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) que espera algo parecido com projeções feitas pelo The Economist Intelligence Unit, que aponta perda na ordem de 5,5% do PIB (Produto Interno Bruto) no corrente ano.
Recentemente, o Bank of America anunciou que prevê uma contração de 3,5% no PIB do país, citando que “ainda falta uma resposta política eficaz para controlar a propagação do vírus”.
“Essa deve ser uma recessão consideravelmente pior do que a de 2008/09”, afirmou em boletim.
O banco Santander, por sua vez, divulgou hoje estudo em que considera cinco diferentes cenários de propagação do coronavírus e de respostas do governo frente à crise. No pior desses cenários, o banco afirma que a queda na atividade econômica pode ser de 6%, com mais de 1,5 milhão de desempregados. A previsão mediana do Santander é de queda de -2,2% do PIB do país em 2020.