Bloomberg espalha fake news dos EUA sobre “invasão” da Ucrânia
O tipo de cobertura da mídia ocidental a respeito da situação na Ucrânia mostra que está sendo preparada uma provocação, afirmou nesta segunda-feira (7), a porta-voz do ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.
“Esta histeria dura há dois meses. Digo mais: vejam que há abertamente planos, como este cenário, que parece já ter sido definido de antemão. A Bloomberg, ao ‘queimar a largada’ fazendo uma manchete de que a invasão da Ucrânia pela Rússia já teria ocorrido, demonstra que todos os cenários estão na mesa […] É uma prova de que os materiais para todas as situações já estão prontos, independentemente da realidade”, alertou a porta-voz ao canal de TV Pervy.
A porta-voz observou que, para que tal notícia fosse publicada, teve certamente que passar por múltiplas aprovações editoriais.
“Tudo indica que, pelo visto, está em andamento a preparação de uma parte das ações provocativas […] Eles estão claramente preparando o terreno para possíveis provocações”, ressaltou.
Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a peça enganosa de Bloomberg mostra “tensões extremamente elevadas, estimuladas pela postura agressiva do Ocidente sobre a Rússia” e demonstra que tais relatórios provocativos podem levar a “consequências irreparáveis”, advertindo que “qualquer faísca é extraordinariamente perigosa”.
Escalada de desinformação
A escalada de desinformação sobre a “invasão russa iminente da Ucrânia” acelerou-se no sábado, com o jornal Washington Post, supostamente tendo como fonte a “inteligência americana”, publicando que os preparativos para a invasão estavam praticamente concluídos, com Kiev sendo tomada “em 48 horas”, com “50 mil civis mortos” e “cinco milhões de refugiados”.
Uma provocação tão acintosa que até o próprio governo da Ucrânia reagiu, chamando a “desconfiar de previsões apocalípticas”, assinalando ainda que as possibilidades de uma “solução diplomática” com a Rússia são “muito superiores” às de uma “escalada” militar.
Aliás, foi a segunda vez em uma semana que o governo de Kiev se viu forçado a desmentir Washington, com o próprio presidente Zelensky condenando a desestabilização da economia e fuga de US$ 12 bilhões, causada por toda essa desinformação.
Na ONU, o vice-representante russo, Dmitry Polyansky classificou de “loucura” as elocubrações da mídia ocidental. “A loucura e o alarmismo continuam. O que aconteceria se disséssemos que os EUA poderiam tomar Londres em uma semana e causar 300.000 mortes de civis?”, postou Polyansky ao comentar o artigo do Post.
Na quinta-feira passada, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, praticamente foi nocauteado por um jornalista que questionou sua alegação, proveniente da “inteligência americana e britânica”, de que a Rússia teria feito um “vídeo encenado” para justificar a invasão.
Qual é a prova disso, rebateu Matt Lee, da Associated Press, lembrando declarações anteriores sabidamente mentirosas, como a das “armas de destruição em massa do Iraque” e, mais recente, que “Cabul não vai cair”.
Na sexta-feira, foi o New York Times que reproduziu “informações” de um “militar ucraniano” não identificado sobre os “preparativos” para a “invasão russa”, e que considerou as manobras russas como “um jogo de pôquer” para assustar o Ocidente e Kiev.
No domingo, coube a Jake Sullivan, conselheiro chefe de segurança nacional do regime Biden, ir à tevê amplificar o já considerável alarmismo e paranoia que rondam Washington em relação à situação na Ucrânia.