Biden vence Trump na Pensilvânia e se elege presidente dos EUA
Ao sair o resultado da contagem dos votos da Pensilvânia, dando vitória ao democrata Joe Biden, por ter alcançado um número irreversível em termos de vantagem nos votos do Estado, ele conquista, na tarde de sábado (7), mais 20 delegados e, juntando-se aos 264 que já computava, chegou ao número de delegados de 284 no Colégio Eleitoral, e se tornou o presidente eleito dos Estados Unidos.
Logo em seguida ao anúncio do resultado da Pensilvânia, a Associated Press relatou a vitória de Biden em Nevada, conquistando mais seis votos e totalizando 290 delegados.
As projeções dos órgãos de imprensa norte-americanos indicam que Joe Biden deve ampliar a margem favorável com os resultados esperados na Geórgia, podendo perfazer mais de 300 delegados para garantir a conquista da Presidência com folga.
Os apoiadores de Biden festejam diante da Casa Branca a superação do número mínimo de 270 votos que necessitava para se tornar presidente eleito dos Estados Unidos. As manifestações pela vitória se espalham pelas ruas das cidades norte-americanas: “Trump is over” (“Acabou Trump”).
As falácias de Trump para justificar sua postura antidemocrática de não querer aceitar a derrota no voto se esboroam e a vitória de Biden se consolida.
As desesperadas tentativas trumpistas de parar a contagem dos votos e levar no tapetão não tiveram nenhum resultado e até republicanos vêm discordando da sua afronta à integridade do processo eleitoral e conclamações mentirosas sobre “fraude” e “eleição roubada”.
Na madrugada de sexta para sábado, Biden havia discursado se dizendo confiante mas ainda sem declarar vitória, para não dar espaço ao esperneio de Trump.
Biden havia enfatizado, diante da tentativa do atual inquilino na Casa Branca de afrontar a integridade da eleição, que “ninguém vai tirar nossa democracia, nem agora, nem nunca”. E voltara a enfatizar que “todos os votos precisam ser contados”.
Biden, no entanto, abriu um caminho para a reconciliação entre setores do país tão divididos no momento pela política nefasta de Trump.
“Temos que lembrar que o propósito de nossa política não é uma guerra total implacável e interminável. Não, o propósito de nossa política, o trabalho de nossa nação, não é atiçar as chamas do conflito, mas resolver problemas, garantir justiça, dar a todos uma chance justa”.
Na liturgia política norte-americana, é o ato do perdedor de reconhecer a vitória do oponente que consagra o fim da discussão sobre o resultado da eleição. Ninguém espera que Trump seja capaz de tal gesto, mas como a campanha de Biden já assinalou, o governo dos EUA tem todos os recursos para “escoltar um invasor para fora da Casa Branca”.
Na contagem do voto popular, Biden colocou mais de 4 milhões de sufrágios de frente. A eleição nos EUA havia se tornado um referendo sobre Trump e sua inépcia e obscurantismo diante da pandemia, que resultou no agravamento da crise econômica e milhões de desempregados, e da sua apologia do racismo e da xenofobia, em meio às maiores manifestações em 50 anos contra a injustiça.
O lema da campanha de Biden foi “salvar a alma da nação”. Já o de Trump, “lei e ordem” contra quem exige justiça e igualdade. Como definiu o senador progressista Bernie Sanders, a eleição era sobre “a democracia ou Trump”.