Biden: "Estamos a caminho da vitória e  prontos para impedir atentados à democracia" | Foto - Paul Sancya - AP

No momento em que a vitória se desenhava em Nevada e Michigan, apontando para a conquista do número necessário de delegados (270) no Colégio Eleitoral para se eleger presidente dos Estados Unidos, Biden fez, às 18:20 do dia 4, um breve pronunciamento em que lembrou o célebre compromisso de Abraham Lincoln, afirmando que “esta eleição mostra que o governo do povo, para o povo e pelo povo continua vivo” e proclamou logo a seguir: “Power to the People”, o “Poder ao Povo”.

Em resposta a jactância de Trump com seu “já ganhou” de véspera, declaração que vai se revelando vazia à medida em que a apuração avança, Biden fez uma defesa dos princípios democráticos que devem reger os EUA, dizendo: “Aqui, o povo governa, o poder não pode ser tomado ou reivindicado, flui do povo. E é a sua vontade que determina quem será o presidente dos Estados Unidos” e, de forma que se destacou pelo tom equilibrado, acrescentou: “Estamos a caminho da vitória”.

Também contestando o esperneio de Trump, dizendo que vai desde pedir recontagem dos votos até recorrer à Suprema Corte, enfatizou que “todo voto deve ser contado”.

Já falando na qualidade de provável presidente, saudou os mais de 150 milhões de norte-americanos que saíram para votar e agradeceu, em seu nome e no de sua vice Kamala Harris, os mais de 70 milhões de votos em sua chapa, a chapa mais votada da história eleitoral dos EUA e se comprometeu com todos os esforços para “governar para todos os norte-americanos”

Com a vitória se desenhando a favor do candidato democrata Joe Biden, Trump ameça recorrer ao tapetão como último recurso na ânsia de permanecer na Casa Branca contra a vontade do povo norte-americano.

Depois de ameaçar ir à Suprema Corte para proibir que os votos sejam contados na totalidade depois do dia da eleição, desandou a tuitar chamando o fato das urnas abertas em Estados como Wisconsin, Michigan e Arizona e ainda Geórgia, Pensilvânia e Nevada começarem a reverter a vantagem momentânea que celebrou no “já ganhou” da madrugada do dia 3, quando ainda havia milhões de votos por contar, de resultados “muito estranhos” e “destrutivos”.

Desde o momento em que foi revertida, em favor do democrata Biden, a vantagem que antes detinha, Trump passou a falar em pedir a recontagem dos votos nestes Estados onde o andar da apuração foi aumentando a cada hora a quantidade de delegados de Biden no Colégio Eleitoral.

“A declaração de Trump na noite passada sobre tentar impedir a contagem dos votos legalmente depositados foi ultrajante, incorreta e sem precedentes”, declarou a coordenadora da campanha de Biden, Jen O’Malley Dillon.

Ela denunciou que tais atitudes de Trump configuram “um esforço aberto de tirar os direitos democráticos dos cidadãos norte-americanos”

“Ele já encorajou esforços dos republicanos em múltiplos Estados para barrar essa contagem”, acrescentou e esclareceu que as equipes de advogados e a militância democrata está preparada em todos os Estados para impedir que este atentado à democracia prevaleça.