Biden: o fracasso de Trump na pandemia “o desqualifica totalmente”
O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, enfatizando a “falta de seriedade” de Donald Trump no trato da pandemia de Covid-19, ao não decretar diretrizes nacionais sobre o distanciamento social e a aplicação de testes, assinalou que “isso o desqualifica totalmente” para um segundo mandato.
“A maior responsabilidade de um presidente é proteger o povo americano, e ele não o faz”, disse Biden na quarta-feira (16), durante um discurso em Wilmington, no estado de Delaware.
O democrata sublinhou que apoia o lançamento rápido de uma vacina, mas só se demonstrar que é segura e eficaz, se houver “total transparência” do ponto de vista científico e se for distribuída de forma “equitativa”.
Já Trump – no país mais castigado no mundo pelo Covid-19, com mais 6,6 milhões de contágios e quase 200.000 mortes – joga com a expectativa da população de ver uma luz no fim do túnel. “Estamos a poucas semanas de conseguir a vacina, já sabem, poderiam ser três ou quatro semanas”, disse em uma sessão de perguntas e respostas com eleitores na Pensilvânia, transmitida pela ABC News.
Poucas horas antes, falando com a Fox News, Trump tinha dito que a vacina poderia chegar em “poderiam ser oito semanas”, mesmo quando um especialista do governo advertiu, na mesma quarta-feira, que uma vacina para uso em massa não tem como estar disponível antes de 2021.
O diretor dos Centros de Prevenção e Luta contra Doenças (CDC), Robert Redfield, disse no Congresso que se houver uma vacina este ano não seria para distribuição em massa, “mas em fornecimento limitado e deverá ser priorizada para os setores de saúde e os mais vulneráveis”, acrescentou.
Trump também mentiu quando perguntado sobre o motivo pelo qual tinha minimizado a gravidade da pandemia nos primeiros meses. “Eu não subestimei a importância”, respondeu. “De fato, em muitos sentidos, a ressaltei em termos de tomar medidas”.
Só que ficou registrado que ele declarou ao jornalista Bob Woodward durante entrevistas gravadas em fevereiro e março que tinha decidido deliberadamente “minimizar” a gravidade do Covid-19 dizendo que era para evitar “alarmar” os estadunidenses, mas acabou causando a morte de 200.000, além de cenas alarmantes como a de cadáveres em containers frigorífico, como chegou a acontecer em Nova Iorque.
O presidente, que rara vez usa máscara em público, jogou a culpa do desastre na população dizendo que “muita gente não quer usar máscaras e as pessoas não acreditam que as máscaras sejam boas”.
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