Festa do Fora Trump na Filadélfia, a cidade-chave para a vitória de Biden na Pensilvânia

Dez dias depois da eleição, alguns dos principais meios de comunicação norte-americanos, como a NBC, o New York Times, o Washington Post e a CNN, acabam de apresentar as projeções finais para o Colégio Eleitoral, com vitória do democrata Joe Biden sobre Donald Trump por 306 votos a 232. Mesmo placar com que Trump suplantara Hillary Clinton há quatro anos.

A definição veio com a declaração de vitória de Biden na Geórgia, um Estado tradicionalmente republicano, o que ampliou em 16 votos a vantagem que o democrata já tinha no Colégio Eleitoral. Trump venceu na Carolina do Norte (15 votos no Colégio Eleitoral).

A vitória de Biden já vinha se desenhando desde que na quinta-feira da semana passada (5) a Associated Press e a Fox News declararam o democrata vencedor no Arizona. Até ali, a ‘miragem vermelha’ – a contagem em primeiro dos votos presenciais pró-republicanos e a vitória na Flórida pareciam favorecer Trump. Com o comparecimento em massa – uma votação sem precedentes por antecipação e pelo correio em razão da pandemia -, a maré virou a favor de Biden.

As peças do dominó com que Trump pretendera montar o caminho para a permanência na Casa Branca foram caindo uma a uma, com Biden vencendo na Pensilvânia, Wisconsin, Michigan e Nevada. Como consolo, Trump ganhou no Alaska.

Sem uma justiça eleitoral nacional e independente, nos EUA o costume – secular – é que os meios de comunicação compilam os resultados e fazem as projeções, o derrotado se pronuncia aceitando, e o eleito faz o discurso da vitória.

Trump vem se negando a reconhecer a derrota para Biden, alegando – sem apresentar qualquer prova – que houve uma “fraude monumental”, e que, pelos “votos legais”, é ele o vencedor.

O que é desmentido pelos próprios órgãos oficiais envolvidos com a eleição, que consideraram o pleito “o mais seguro da história norte-americana”.

Nesta sexta-feira, uma juíza indeferiu pedido de Trump para invalidar os votos de Detroit – em grande maioria, de negros -, e no conjunto do estado de Michigan os votos que ele tenta cassar passam de 1,2 milhão! Até aqui, Trump perdeu uma ação atrás a outra.

Nas redes sociais, uma avalanche de fake news sobre ‘computadores que desviam votos de Trump para Biden’, as mais alucinadas possíveis. Neste sábado, os trumpistas marcaram a MAGApalooza – todo mundo de boné vermelho Make America Great Again nas ruas -, para mostrar seu estado de choque pela derrota de Trump.

Até 11 de dezembro, terá sido completada a fase em que cada estado certifica o resultado da eleição local e elege os eleitores ao colégio eleitoral. Em alguns estados, estão sendo realizadas auditorias por amostragem e, na Geórgia, uma recontagem manual, mas, diante das margens de Biden sobre Trump e da experiência de uma década de recontagens, não há como alterar o resultado final.

No dia 14, os 538 delegados ao Colégio Eleitoral irão depositar seus votos, que seguirão para a capital, Washington. No dia 6 de janeiro é que o novo Congresso, recém eleito, irá contar os votos do Colégio Eleitoral e declarar oficialmente Biden e Kamala eleitos. A posse será no dia 20 de janeiro.