Porta-voz da Chancelaria da Rússia, Zakharova, ironizou: “informaram também a hora da invasão?"

Após mais uma data marcada por Biden para a suposta “invasão russa à Ucrânia”, para este dia 16 – também desmascarada como todas as outras -, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, pediu em tom sarcástico aos meios de comunicação norte-americanos e britânicos para divulgarem um cronograma das “próximas invasões” da Rússia na Ucrânia para o ano em curso.

“Gostaria de solicitar à desinformação dos EUA e da Grã-Bretanha – Bloomberg, The New York Times e The Sun – para publicar a programação de nossas próximas invasões para este ano. Gostaria de planejar minhas férias”, ironizou a diplomata russa em seu canal Telegram nesta quarta-feira (16).

Aliás, o dia em que, segundo tais meios de desinformação e histeria em massa, a Rússia estaria “invadindo a Ucrânia”. Mais precisamente – de acordo com o tabloide inglês, The Sun – às “3 horas da madrugada”.

O dia 16 também era a data, segundo o portal Politico, que Biden asseverava que a Rússia iria invadir a Ucrânia.

A histeria dos fabricantes de armas e vendedores de gás de fracking não esmorece há quatro meses, com CNN, New York Times e Washington Post fazendo o seu melhor, para ver quem mente, exagera e provoca mais.

A Bloomberg chegou a manter na capa do portal de notícias sobre negócios por 30 minutos uma chamada de destaque de que “Rússia invade a Ucrânia”, e precisou se desculpar pela ‘barriga’ – no jargão dos jornalistas, quando alguém publica uma informação falsa.

Nas últimas semanas, a tônica era que a invasão começaria “em 48 horas” e Biden inclusive evacuou a embaixada dos EUA da capital Kiev para Lvov, bem mais perto da fronteira com Polônia. Antes, já tinha ordenado aos cidadãos norte-americanos para deixarem a Ucrânia “por todos os meios possíveis”.

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, diante da avalanche de fake news sobre a inexistente invasão, com reiterada marcação até de data, o zombeteiro Putin não deixou por menos. Perguntou se já tinham sido “mais específicos”, marcando “a hora exata”.

Ainda não tinham, mas o vacilo já foi corrigido pelo The Sun e outras mídias ainda mais desqualificadas.

O que também levou Peskov a sugerir – após perguntado por um jornalista ocidental se os ucranianos podiam dormir em paz ou se preocupar – àqueles que acreditam nessas coisas para colocarem o despertador para essa hora e “verem por si mesmos”.

Até mesmo o regime pró-Otan instalado em Kiev veio a público negar que houvesse qualquer “invasão iminente”, após o alarmismo provocar a fuga de US$ 12,5 bilhões, desestabilizando a precária economia da Ucrânia, atualmente o país mais pobre da Europa.