Pesquisas têm apontado crescimento da margem a favor de Joe Biden | Foto: MSNC

A menos de um mês para as eleições de 3 de novembro nos Estados Unidos, nova pesquisa da CNN, divulgada na terça-feira (6), mostrou o candidato democrata e ex-vice-presidente Joe Biden com 16 pontos percentuais à frente do presidente Donald Trump nas intenções de voto a nível nacional: 57% a 41%.

A média das pesquisas vinha dando Biden consistentemente na frente por oito votos percentuais, mas desde o deplorável debate em que Trump fugiu totalmente ao decoro e ao bom senso, essa diferença favorável ao democrata vem se ampliando. Pesquisa anterior, do Wall Street Journal/NBC, dera 14 pontos de frente para Biden.

Em parte, a pesquisa já reflete o desgaste de Trump pelo contágio da Covid, depois de tudo que andou fazendo para minimizar a doença e sua recusa em usar máscara. Hogan Gidley, assessor da campanha de reeleição de Trump, minimizou a pesquisa da CNN.

A consultoria SSRS ouviu para a CNN 1.001 eleitores prováveis entre 1 e 4 de outubro, depois do primeiro debate presidencial e principalmente depois que Trump anunciou ter sido infectado pela covid-19. A margem de erro é de +/- 3,6 pontos percentuais.

Biden voltou a superar com facilidade Trump em temas como gestão da pandemia de covid-19, acesso à Saúde, desigualdade racial e segurança. A novidade é que, no quesito “quem melhor administraria a economia”, em que o democrata costumava ser avaliado atrás de Trump, houve uma reviravolta, com 50% respondendo Biden e 48% com Trump.

52% dos entrevistados disseram ter uma impressão positiva de Biden, comparado com 39% favoráveis a Trump.

A pesquisa também mostrou o aumento do apoio a Biden entre as mulheres, com 66% a 32%, vantagem que se repete entre os eleitores jovens, moderados e independentes.

Dos entrevistados que assistiram ao embate Trump-Biden em Cleveland, 57% atribuíram a Biden o melhor desempenho no debate na TV, contra 26% que preferiram Trump.

Essa vantagem na eleição nacional é muito importante, mas como nos EUA a decisão é no colégio eleitoral, a disputa mesmo, é nos chamados estados ‘campos de batalha’, que ora oscilam a favor de republicanos, ora de democratas. Na eleição passada, Hillary Clinton, nacionalmente, teve 3 milhões de votos a mais do que Trump.

Mas como ele venceu em maior número dos 50 estados, e como regra geral o vencedor leva tudo, acabou sendo o eleito, mesmo que em alguns estados em que levou os delegados para o colégio eleitoral a diferença fosse mínima.

Trump venceu em 30 estados, conquistando 306 votos no colégio eleitoral, contra 20 estados, mais o Distrito Federal [a capital Washington] de Hillary, somando 228 votos no colégio eleitoral.

Em suma, é como se a eleição nos EUA fosse disputada separadamente em 50 estados, e não nacionalmente. O colégio eleitoral é uma relíquia do tempo em que a federação se formou, sob a complicação de ter de manter juntos estados escravistas e os baseados no trabalho livre. Ao todo, estão em disputa 538 votos no colégio eleitoral, e quem obtiver ali 270 votos, é declarado vencedor.

Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Flórida, Carolina do Norte e Arizona são considerados, pelos analistas, como os principais estados para a definição da disputa este ano no colégio eleitoral – e Biden está na frente na maioria deles. Em 2016, Trump venceu a Pensilvânia por menos de 1 ponto percentual.

É da Pensilvânia (20 votos no colégio eleitoral) que vem a melhor notícia para Biden, com uma nova pesquisa mostrando-o 12 pontos percentuais à frente entre os eleitores registrados. Segundo a pesquisa da Universidade de Monmouth publicada na terça-feira (6) 54% dos eleitores registrados preferem Biden, contra 42% de Trump. Há um mês, pesquisa da Monmouth dera uma margem de vantagem muito mais estreita para Biden, 49-45, no limite da margem de erro.

Como assinalou o portal Político, essa é uma das pesquisas de alta qualidade nas últimas semanas dando a Biden uma vantagem decisiva na Pensilvânia.

Um “mau sinal para Trump”, e amplamente visto como “o ponto de inflexão no Colégio Eleitoral”. Quanto ao manejo da pandemia, a vantagem de Biden sobre Trump é de “impressionantes 20 pontos”.

A pesquisa foi realizada em 30 de setembro a 4 de outubro, entrevistando 500 eleitores da Pensilvânia. A margem de erro é de mais ou menos 4,4 pontos percentuais.

Também pesquisa do New York Times/Siena divulgada esta semana deu Biden na com uma vantagem de 49-42 no estado, enquanto uma pesquisa da CBS News/YouGov colocou o democrata em primeiro 51-44. Pesquisas recentes da Fox News e ABC News/Washington Post na Pensilvânia delinearam um quadro semelhante.

Natural de Scranton, Pensilvânia, Biden fez incursões entre os subúrbios e os idosos do estado que votaram em Trump há quatro anos. Ele também aumentou suas margens entre os eleitores negros e está virtualmente empatado com Trump entre os eleitores brancos.

REUTERS/IPSOS

Pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na segunda-feira mostrou Biden liderando na Pensilvânia e em Wisconsin (10 votos eleitorais). As pesquisas mostraram o ex-vice-presidente à frente com 5 pontos percentuais na Pensilvânia, igual ao intervalo de credibilidade da pesquisa. Biden supera Trump por 6 pontos em Wisconsin. Em ambos os estados, Biden melhorou sua posição em relação a meados de setembro.

A pesquisa em Wisconsin foi realizada entre 29 de setembro e 5 de outubro. Biden ficou na frente, por 50% a 44%. 13% revelaram já ter votado. No estado, Trump ainda se mantinha à frente no manejo da economia, por 51% a 44%.

A pesquisa na Pensilvânia ocorreu no mesmo intervalo de tempo, dando Biden na frente, por 50% a 45%. 2% disseram já ter votado. Trump ainda é visto na frente, quanto à condução da economia, por 51% a 46%.

A Reuters também fez uma compilação dos resultados mais recentes disponíveis de outros estados ‘campo de batalha’. Na Flórida (29 votos no colégio eleitoral), pesquisa realizada de 11 a 16 de setembro registrou empate, com 47%. Biden e Trump também empatados no manejo do coronavírus, com 46%. No trato da economia, Trump se sairia melhor para 51%, contra 41% para Biden. 3% disseram que já votaram.

No Arizona (11 votos no colégio eleitoral), em pesquisa de 11-17 de setembro, Biden ficou ligeiramente na frente, por 47% a 46%. Favorável a Biden no enfrentamento da pandemia por 47% a 44%. Na economia, Trump na frente, por 49% a 44%.

No Michigan (16 votos no colégio eleitoral), Biden na frente, por 49% a 44%, na pesquisa datada de 11-16 de setembro. No combate à pandemia, Biden na dianteira, por 50% a 44%. Na economia, Trump ainda em vantagem, por 48% a 45%. 2% disseram que já votaram.

Na Carolina do Norte (15 votos no colégio eleitoral), em pesquisa feita de 11 a 16 de setembro, Trump e Biden empatados com 47%. Sobre o combate à pandemia: vantagem de Biden por 47% a 45%. No gerenciamento da economia, Trump ainda na frente por 51% a 44%. 4% disseram que já votaram. Nesses estados-pêndulo, foram ouvidos em torno de 1.000 adultos, incluindo cerca de 600 prováveis eleitores, com margem de erro de 5%.