Casa bombardeada por forças ucranianas na região do Donbass

A Otan/EUA tem acelerado a remessa de armas à Ucrânia sob o pretexto de uma suposta “invasão de Rússia” ao país com o qual faz fronteira. O envio mais recente por um de seus membros, a Inglaterra, foi de 460 toneladas de armamentos, incluindo 2.000 mísseis anti-tanque.

A denúncia é da porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia, Maria Zakharova: “A Inglaterra tem enviado armas para a Ucrânia por meio de seus aviões da RAF (Royal Air Force) durante vários dias. No mínimo seis voos foram montados e cada aeronave transportou 77,5 toneladas, totalizando 460 toneladas de armamento diverso”.

Zakharova denuncia que “a mídia do Ocidente e da Ucrânia assim como funcionários desses governos estão ficando a cada dia mais atuantes em sua especulação, em sua histeria sobre uma ‘iminente invasão russa na Ucrânia’. Estamos convencidos de o objetivo desta campanha é criar uma cobertura informativa para suas provocações militares de larga escala, que pode ter severas e trágicas consequências para a segurança regional e global”.

Este mais recente envio britânico, que veio também, com militares especializados em operações de assalto, se soma a uma vasta remessa de armas e dinheiro para a Ucrânia por parte dos Estados Unidos e outros governos que mais uma vez acabam atuando como satélites do intervencionismo norte-americano.

Foi o que relatou o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, em informe à Duma (correspondente ao nosso Congresso). “O maior pacote de armamentos e suporte militar à Ucrânia tem sido o enviado pelos Estados Unidos (‘ajuda’, como eles chamam). Nos meses mais recentes apenas, foram expedidos 30 sistemas anti-tanque Javelin com 180 mísseis para estes sistemas. Durante o mês de janeiro estão previstos despachos marítimos no valor de US$ 20 milhões em armamentos. No cômputo geral, no período que vai de 2014 a 2021, de acordo com diretores do Pentágono, os Estados Unidos forneceram um total de US$ 2,5 bilhões em armamentos”.

“Antes do ano novo”, prosseguiu Lavrov, “a CNN informou que Joe Biden teria alocado adicionais US$ 200 milhões para a Ucrânia com fins militares. Além disso, no orçamento militar para 2022, estão destinados outros US$ 300 milhões com os mesmos propósitos”.

Ele lembrou ainda que, nos últimos dias, “o Canadá mandou mais de 200 soldados de forças especiais à Ucrânia sob o pretexto de guarda para sua embaixada em Kiev”.

Para o diplomata russo, “a Ucrânia vê tais assistências como carta branca para seguir lançando sua operação militar no Donbass. As Forças Armadas da Ucrânia continuam bombardeando a população civil no leste do país”.

“De acordo com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o número de violações do cessar-fogo no Donbass já excede as 3.000 desde o início do novo ano”, acrescenta.

“Mais uma vez temos que trazer o tópico do escancarado neonazismo que grassa na Ucrânia. A Câmara Municipal de Kiev renomeou recentemente uma estação rodoviária pública como honraria ao líder da Organização dos Nacionalistas Ucranianos, Roman Shukhevych, que serviu nas tropas das SS. Até então, a estação tinha o nome do general Nikolai Vatutin que libertou a capital ucraniana dos nazistas. Que outra prova vocês precisam? Quantas mais evidências do que está acontecendo lá vocês necessitam? Eduard Dolinsky, um proeminente antifascista e presidente do Comitê Judaico Ucraniano tem informado de estar recebendo ameaças por parte dos ultranacionalistas”.

Os líderes do Ocidente não podem deixar de se preocupar com o crescimento do sentimento neonazista na Ucrânia, diz ainda Lavrov que exorta estes chefes de Estado a “pararem de ventilar as chamas da militarização ucraniana ao a arrastarem para a Otan. Ao contrário, devem usar sua influência para encorajar Kiev a se responsabilizar pelos acordos de Minsk [que levaram ao cessar-fogo na região do Donbass} e demais obrigações internacionais”.

A chegada dos neo-nazis ao poder na Ucrânia, que Lavrov denuncia, se deu através do golpe centrado na Praça Maidan, em Kiev, com o apoio e participação direta dos Estados Unidos.